Lab-grown diamonds: diamantes de laboratório, por dentro do mercado e seu impacto

Lab-grown diamonds: diamantes de laboratório, por dentro do mercado e seu impacto

Lab-grown diamonds: após um breve aumento na demanda por joias de diamante durante a pandemia, a indústria de diamantes agora enfrenta desafios na oferta. Isso levou a uma redução significativa nos estoques e a uma queda de 20% nos preços dos diamantes naturais em comparação com o ano anterior. No entanto, os preços ainda estão mais altos do que há uma década (fonte: Financial Times). Nesse cenário, os diamantes criadores em laboratório crescem e abrem novas opções ao mercado, especialmente entre os mais jovens, que estão mais abertos às pedras que não são extraídas de mineradoras.

Lab-grown diamonds: crescimento e participação no mercado

Apesar do hype, os diamantes cultivados em laboratório representam apenas 20% das vendas globais de joias de diamante. No entanto, as vendas desses diamantes têm crescido rapidamente, com as vendas globais atingindo quase US$ 12 bilhões em 2022, um aumento de 38% em relação ao ano anterior (Financial Times). Esse crescimento representa aumento em comparação com US$ 1 bilhão em 2016.

No entanto, os especialistas preveem que os preços dos diamantes cultivados em laboratório continuarão a cair, seguindo uma tendência que começou em 2015.

Marcas e os diamantes de laboratório

As empresas envolvidas na produção de diamantes artificiais têm relatado resultados positivos. A Pandora, a maior fabricante de joias do mundo em volume de produção, aumentou sua previsão de receita anual após um primeiro trimestre bem-sucedido. A empresa quase dobrou suas vendas de diamantes cultivados em laboratório, com um aumento de 87% na receita nos primeiros três meses do ano (fonte: Pandora). A Pandora atribui esse crescimento ao uso de diamantes feitos em laboratório e 100% de prata e ouro reciclados, especialmente nos Estados Unidos, seu maior mercado.

A De Beers, a maior produtora de diamantes em valor de diamantes no mundo, tem reduzido sua produção devido à queda da demanda. A Alrosa, a maior produtora mundial de diamantes brutos em volume, não publicou dados de vendas no início de 2022, mas reduziu sua produção em 2,8% para 34,6 milhões de quilates no ano passado (fonte: dados de lucro das empresas). Um fator que contribui para esses desafios é a crescente popularidade e acessibilidade dos diamantes cultivados em laboratório (LGDs), que são mais baratos e estão investindo em marketing e branding para atingir, em especial, os novos consumidores.

Dinâmica do mercado e preferências do consumidor

Lab-grown diamonds: diamantes de laboratório, por dentro do mercado e seu impacto

Os diamantes cultivados em laboratório estão se tornando mais populares entre os consumidores que buscam alternativas acessíveis. De acordo com o CEO da Pandora, Alexander Lacik, os clientes mais velhos preferem diamantes extraídos, enquanto os mais jovens estão mais abertos aos cultivados em laboratório. A Pandora investiu para expandir seus negócios, incluindo o lançamento de campanhas de marketing e a abertura de novas lojas de varejo.

Como os diamantes de laboratório são feitos?

Os diamantes cultivados em laboratório são criados usando dois métodos principais: Alta Pressão e Alta Temperatura (HPHT) e Deposição Química de Vapor (CVD). HPHT imita as condições naturais sob as quais os diamantes se formam, usando carbono puro prensado dentro de um cubo de metal é exposto a imenso calor e pressão. 

CVD, por outro lado, envolve o crescimento de um diamante a partir de uma semente em uma câmara de vácuo cheia de gases ricos em carbono, que se cristalizam em um diamante quando aquecidos. HPHT geralmente produz diamantes de maior qualidade, enquanto os diamantes CVD muitas vezes requerem tratamentos pós-produção para corrigir descolorações (Financial Times).

Impacto dos diamantes de laboratório

Os diamantes cultivados em laboratório têm um impacto na política de empresas com foco ESG (Ambiental, Social e Governança). Os diamantes cultivados em laboratório, embora intensivos em energia para produzir, podem ser criados usando energia renovável, tornando-os uma opção sustentável. Empresas como a Pandora enfatizam as vantagens éticas dos diamantes cultivados em laboratório, livres dos problemas associados aos “diamantes de conflito” (aqueles que consideram extraídos de locais onde existe disputa territorial para a obtenção das pedras).

Os comerciantes de diamantes naturais muitas vezes se referem aos diamantes cultivados em laboratório como sintéticos, um termo que os entusiastas dos diamantes cultivados rejeitam. Apesar do aumento dos diamantes cultivados em laboratório, a demanda por diamantes naturais permanece robusta devido à sua raridade e valor percebido. No entanto, a disponibilidade e acessibilidade dos diamantes cultivados em laboratório podem impulsionar mudanças no mercado.

Em outras palavras

Insights sobre o mercado, produção e consumidores

Lab-grown diamonds: diamantes de laboratório, por dentro do mercado e seu impacto

O mercado de diamantes cultivados em laboratório está crescendo rapidamente devido à sua acessibilidade nos preços, que são menores, e à questão ESG. Os diamantes cultivados em laboratório são criados usando métodos avançados como HPHT e CVD, que podem abrir espaço para reduzir o impacto ambiental, de acordo com as marcas que cultivam em laboratório.

As preferências dos consumidores evoluem com os diamantes cultivados em laboratório desempenhando um papel de mudança ou, pelo menos, de movimentação no mercado e no futuro da indústria de diamantes. Ele ainda representa parcela menor que os diamantes tradicionais. Porém podem continuar crescendo se as empresas virem potencial entre os consumidores mais novos – mas, desde já, empresas como Pandora tem investido em tecnologia e marketing em torno dos lab-grown diamonds e metais reciclados. Resta saber como as duas gerações (a mais velha, que prefere diamantes tradicionais extraídos) e a mais nova (mais propensa a adquirir diamantes de laboratório) podem se reorganizar no consumo desse mercado.

Para continuar a conversa

Profissional de Digital Business e Business Intelligence, com foco em Consumer Insights, Trends e Cultural Research. Pesquisa e trabalha criando estratégias baseadas em dados online e offline. Criadora do Dataísmo. Formada em Marketing e pós-graduanda em Digital Business na USP.

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