Três Leis de Clarke e o mundo atual

Três Leis de Clarke e o mundo atual

Arthur C. Clarke era autor de ficção científica, cientista e pesquisador. Também era considerado um visionário, pois previu muitos avanços tecnológicos. A frase sobre a mágica da tecnologia (“Qualquer tecnologia suficientemente avançada é indistinguível da magia.”) faz parte das chamadas “Três Leis de Clarke”. 

As “Leis de Clarke” são três formulações que exploram a relação entre a humanidade e a tecnologia. Ele foi citado recentemente por Jamais Cascio, criador do conceito do Mundo B.A.N.I..: 

De acordo com Jamais Cascio, o conceito de V.U.C.A. (Volatilidade, incerteza, complexidade e ambiguidade) para entender o mundo é claro, mas tornou-se parte do passado, pois desde o final dos anos 2010 tornou-se obsoleto e incompleto e surge a necessidade de entender o mundo como B.A.N.I.. B.A.N.I. significa: frágil, ansioso, não linear e incompreensível. Cascio usa a afirmação de Clarke para falar sobre a incompreensão, já que no mundo atual, nem tudo é entendido. Às vezes a tecnologia parece magia, portanto.

Tentarei detalhar as leis e as relações com o mundo B.A.N.I. abaixo:

Três Leis de Clarke: quais são

1. A primeira Lei de Clarke é “Quando um cientista distinto e experiente diz que algo é possível, é quase certeza que tem razão. Quando ele diz que algo é impossível, ele está muito provavelmente errado”. Clarke destaca que quando um cientista experiente afirma que algo é possível, é provável que esteja correto, enquanto a declaração de que algo é impossível muitas vezes se mostra equivocada.

2. A segunda Lei de Clarke é: “O único caminho para desvendar os limites do possível é aventurar-se um pouco além dele, adentrando o impossível”. Incentiva a exploração para desvendar os limites do possível, adentrando o território do impossível.

3. A terceira Lei de Clarke (citada por Jamais Cascio para definir o mundo hoje), é: “Qualquer tecnologia suficientemente avançada é indistinguível da magia.” Talvez a mais conhecida, afirma que tecnologias avançadas podem parecer mágica para aqueles que não compreendem seu funcionamento, enfatizando a ideia de que o desconhecido pode parecer extraordinário.

As Três Leis de Clarke seguem atuais, especialmente no mundo B.A.N.I. de hoje

As três leis refletem a visão de Clarke sobre o potencial humano e a evolução da tecnologia.

Apesar de terem sido publicadas há decadas (e Clarke faleceu em 2008), as obras e frases de Arthur C. Clarke seguem contemporâneas e possuem releituras.

Clarke está ligado de forma especial hoje: o que é considerado o mundo BANI tem muito a ver com ele.

B.A.N.I. significa: frágil, ansioso, não linear e incompreensível, conforme já citado.

E, aqui, a Terceira Lei de Clarke ganha força:

Incompreensível: Não só, como disse Arthur C Clarke, qualquer tecnologia suficientemente avançada é indistinguível da magia, mas as coisas do dia a dia são agora incompreensíveis. Estar vivo no século XXI é depender de inúmeros sistemas complexos e incompreensíveis que afetam profundamente as nossas vidas. Como Quinn Norton apontou, mesmo “uma área de trabalho comum do Windows é tão complexa que ninguém na Terra sabe realmente o que tudo isso está fazendo, ou como” – muito menos uma vasta rede de tais computadores ou mais sistemas complicados. (Jamais Cascio, criador do termo mundo B.A.N.I.).

A frase sobre magia representa uma realidade caracterizada por sistemas frágeis e suscetíveis a falhas, uma constante ansiedade devido à incerteza, uma relação não-linear entre ações e consequências, e uma crescente incompreensibilidade de sistemas e tecnologia que afetam nossas vidas. É um novo paradigma que desafia a forma como entendemos e navegamos no mundo contemporâneo.

Mais sobre Arthur C. Clarke

Autor britânico de ficção científica Arthur C. Clarke em 1965. Imagem: Creative Commons. CC BY 2.0.
Autor britânico de ficção científica Arthur C. Clarke em 1965. Imagem: Creative Commons. CC BY 2.0.

Arthur C. Clarke, escritor britânico e inventor, é conhecido por obras de ficção e divulgação científica. Sua contribuição à tecnologia inclui missões espaciais e a ideia de redes de telecomunicações globais, usando satélites geoestacionários, demonstrando como a ficção pode moldar a realidade. Ele contribuiu para questões como o “bug do milênio”, o conceito de elevador espacial e tecnologias de detecção de asteroides.

Suas ideias influenciaram o desenvolvimento tecnológico, como o conceito de elevador espacial e a detecção de asteroides próximos à Terra. Clarke é um exemplo de como a ficção científica pode moldar nossa realidade.

Muitas das visões de Arthur C. Clarke, muitas vindas da ficção científica, influenciaram o desenvolvimento científico real. Sua obra mais icônica é “2001: Uma Odisseia no Espaço”, que foi inspirada no conto “The Sentinel”. Ela é amplamente reconhecida como uma das obras mais emblemáticas da ficção científica, e é frequentemente associada ao autor. Clarke faleceu em 2008 radicado no Sri Lanka.

Mais imagens com as obras de Arthur C. Clarke

Arthur C. Clarke: The Sentinel, conto que inspirou a criação de 2001: uma odisseia no espaço e seu filme de Stanley Kubrick.
Arthur C. Clarke: The Sentinel, conto que inspirou a criação de 2001: uma odisseia no espaço e seu filme de Stanley Kubrick. Imagem: capa/divulgação.
Ilustração feita no conto. Arthur C. Clarke: The Sentinel, conto que inspirou a criação de 2001: uma odisseia no espaço e seu filme de Stanley Kubrick. Imagem: divulgação.
Ilustração feita no conto. Arthur C. Clarke: The Sentinel, conto que inspirou a criação de 2001: uma odisseia no espaço e seu filme de Stanley Kubrick. Imagem: divulgação.

 

Pôster do filme "2001: space odissey" dirigido por Stanley Kubrick. Inspirado em "The Sentinel" por Arthur C. Clarke.
Pôster do filme “2001: space odissey” dirigido por Stanley Kubrick. Inspirado em “The Sentinel” por Arthur C. Clarke. Imagem: Divulgação.
Cena do filme "2001: Space Odissey" (diretor Stanley Kubrick). Imagem: Divulgação.
Cena do filme “2001: Space Odissey” (diretor Stanley Kubrick). Imagem: Divulgação.
Cena do filme "2001: Space Odissey". Hal e astronauta (diretor Stanley Kubrick). Imagem: Divulgação.
Cena do filme “2001: Space Odissey”. Hal e astronauta (diretor Stanley Kubrick). Imagem: Divulgação.
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Profissional de Digital Business e Business Intelligence, com foco em Consumer Insights, Trends e Cultural Research. Pesquisa e trabalha criando estratégias baseadas em dados online e offline. Criadora do Dataísmo. Formada em Marketing e pós-graduanda em Digital Business na USP.

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