A campanha “Make Instagram again” e mudanças na rede social
Make Instagram again: Instagram ou Tik Tok?
Tudo virou o Tik Tok? As mudanças no Instagram aproximam o aplicativo à rede de vídeos no momento. Os usuários reclamam. E também: novas redes podem surgir para trazer o antigo Insta de volta, liderados pela gigante chinesa dos criadores do Tik Tok.
Essa semana, diversos influenciadores comentaram a respeito das últimas mudanças do Instagram. Uma delas foi Kylie Jenner, influenciadora seguida por 360 milhões (que é a mulher com maior número de seguidores).
No passado, quando Kylie Jenner criticou o Snapchat, a rede perdeu mais de bilhão de dólares. E de acordo com o portal SeuDinheiro, após o story pedindo o antigo Instagram, as ações da Meta (Nasdaq: META), dona do Facebook e Instagram, caíram 3,23% em Nova York, negociadas a US$ 161,27.
O posicionamento do Instagram
Nesse cenário, Adam Mosseri, Head do Instagram, divulgou há alguns dias um vídeo contando que a rede estava realizando testes de vídeos em tela cheia e mudanças no design. Mais clean e valorizando os Reels (todos os vídeos, inclusive IG TV e demais formatos, entraram na aba de vídeos).
Após os comentários de Kylie Jenner, Kim Kardashian e outras celebridades (além da própria audiência). O posicionamento mudou.
- Os planos de mostrar vídeos em tela cheia no feed foram pausados, diminuindo a semelhança com o Tik Tok.
- O teste será interrompido em algumas semanas.
Vídeo completo de Adam Mosseri essa semana.
E já tem concorrência: um novo Instagram “raiz” à vista
ByteDance, empresa criadora do TikTok, está desenvolvendo uma nova rede social para compartilhamento de fotos e textos, semelhante ao Instagram. Ela se chama “Kesong“, que significa croissant e chinês.
O Kesong deve ser criado em semelhança ao aplicativo Xiaohongshu (popular na China). Xiaohongshu é um aplicativo que foca no estilo de vida social e possui uma plataforma de comércio eletrônico com mais de 200 milhões de usuários.
Os planos do Kesong incluem criar uma loja virtual também. A previsão é que o aplicativo Kesong seja lançado na China no verão chinês, que vai até 23 de setembro. Assim, foca nos pedidos da audiência em exibir fotos, life style e ainda favorece os criadores e vendedores que utilizam o Instagram hoje, trazendo um bom match entre as necessidades que as pessoas pedem no “Make Instagram, Instagram Again”.
De acordo com o portal The Drum (em tradução livre): “a mudança ocorre quando a ByteDance procura expandir seu império com mais aplicativos de mídia social na China e no exterior, à medida que procura enfrentar a gigante de tecnologia chinesa Tencent, proprietária do WeChat.
A ByteDance é dona do Douyin, a versão chinesa do TikTok, que tem mais de 700 milhões de usuários diários, e do Toutiao, um agregador de notícias popular na China, que tem 200 milhões de usuários. A ByteDance foi recentemente avaliada em US$ 300 bilhões“.
Algumas reflexões sobre a “tiktokzização” das redes sociais
Será que estamos nos fixando apenas no modo de vídeos rápidos e sem muito conteúdo, sem deixar espaço para novas mídias emergirem – mesmo que os vídeos curtos e as coreografias não sejam parte da nossa estratégia, nossos gostos e hobbies?
A verdade é que, na história, nem todas as mídias novas e formatos novos mataram os outros. Outras formas de consumo de conteúdo continuam existindo até hoje.
Uma discussão antiga na comunicação é se uma rede canibalizará a outra. E nesse cenário, as pessoas podem se dividir entre apocalípticos, que enxergam as redes sendo finalizadas, ou entre os integrados, que acreditam que haverá a integração dessas plataformas.
De forma geral, podemos analisar que o slow content continua disponível em blogs. E Youtube, por exemplo, não matou as séries (e o Youtube pode falar de fofocas de celebridades ou oferecer cursos gratuitos em playlists incríveis).
Em resumo, as pessoas continuam gostando de fotos, também. E agora, pedem redes que sejam para focar em vídeos e amigos. Então, nesse mar de escolhas, será mesmo que o TikTok, vai “matar” ou está matando alguma coisa? (leia mais sobre esses pontos aqui no blog).