Dados sobre as pessoas LGBTQ+ em 2022

No mês do Orgulho LGBTQ+, a compilação de alguns dados sobre pessoas:

  • 2,9 milhões de pessoas se dizem gays, lésbicas ou bissexuais, o que representa 1,8% da população brasileira. 
  • Consideradas apenas as mulheres brasileiras, 0,9% declara-se lésbica e 0,8%, bissexual. 
  • Considerados apenas os homens, 1,4% declaram-se gays e 0,5%, bissexuais. 
  • Tanto entre homens quanto entre mulheres, 1,1% disseram não saber e 2,3% recusaram-se a responder. 

Subnotificação em dados absolutos

3,6 milhões de pessoas preferiram não responder e 1,7 milhão disseram não saber qual é a sua orientação sexual.

Comparativo da população LGBTQ+

  • O resultado brasileiro foi, segundo o estudo, semelhante ao de outros outros países.
  • Na Colômbia, por exemplo, 1,2% da população se autodeclara homossexual ou bissexual.
  • No Chile, essa proporção chega a 1,8% – semelhante à do Brasil.
  • Nos Estados Unidos, a 2,9%.
  • No Canadá, a 3,3%.

Ser LGBTQ+ ainda é arriscado

  • Infelizmente, parte das estatísticas de LGBTQ+ não são positivas. O Brasil é o país com maior número de mortes de pessoas trans.
  • E em cerca de 70 países a homossexualidade ainda é é crime.

Fonte: IBGE, ANTRA e Ilga.

Pinkwashing e LGBTQ+

Pinkwashing, do inglês “lavagem rosa” refere-se às ações de marketing, publicidade e empresas em geral que “comemoram” o dia LGBTQ+, com mensagens disfarçadas de apoio e ação política, mas que na prática continuam a violar os direitos humanos da população LGBTQ+. É como se na mensagem houvesse uma visão de igualdade, quando não há nenhuma ação afirmativa para diversidade, inclusão e existe a prática do preconceito ou exclusão. Como se fosse uma “lavagem” mesmo.

E junho é o mês do Orgulho LGBTQ+. E entender e discutir o pinkwashing é necessário para saber quais são as ações reais ou as que ficam apenas nos discursos. A data tem origem política e de resistência. O dia do Orgulho LGBTQ+ é marcado pela Batalha de Stonewall

De acordo com a BBC, foi um confronto entre pessoas LGBTQ+ e policiais no dia 28 de junho de 1969, no bairro de Greenwich Village, em Nova York. As ideias progressistas foram combatidas com força policial, pois não era permitido demonstrar afeto em público. Os frequentadores do bairro reagiram à repressão policial e daí veio a origem da data. 

Desde então, a data virou símbolo da luta por direitos de viver e ser LGBTQ+ em público. E ao longo das décadas, o mês inteiro é dedicado à luta de direitos como o casamento, adoção de filhos e ter orgulho de ser quem é, independente do que a pessoa é.

Utilizar a data e o mês do Orgulho LGBTQ+ com mensagens vazias se relaciona diretamente ao pinkwashing e nos faz refletir sobre a diferença entre storytelling e storydoing: as histórias são publicadas por meio do storytelling, mas será que estão de fato praticando o que fazem, por meio do storydoing?

Uma boa forma de fazer a checagem é ver quais ações afirmativas estão sendo realizadas, estatísticas que mostrem igualdade, porcentagem de pessoas LGBTQ+ nas empresas e como está a representatividade na publicidade. E aí, sua marca favorita é como a Ben&Jerrys, que se engaja em causas políticas, ou é mais pro lado do pinkwashing?

Esse texto não é uma diretriz, mas sim uma reflexão como andamos fazendo na prática para diminuir a violação de direitos humanos.