Tendência Y2K: a nostalgia dos anos 2000

Tendência Y2K: a nostalgia dos anos 2000. Na foto, duas pessoas tiram selfies com câmeras portáteis grandes da época. Reprodução/FreePik.

Y2K é a abreviação para anos 2000. E apesar de fazer 22 anos dessa década, ela voltou com tudo, inclusive entre gerações mais jovens. O surgimento da tendência Y2K têm aumentado nos últimos anos, especialmente desde 2018 para cá.

E é parte de um fenômeno maior, que tem ocorrido com outras décadas (o caso dos anos 1990). Fortune India listou, em 2018, que estamos vivendo the nostalgia economy: quando o marketing e o consumo se baseiam na ideia de uma era de maior inocência e tempo livre

Abaixo, listo em breve panorama da década e alguns dados sobre ela: o aumento nas buscas no Google e o volume de visualizações nas hashtags do Tik Tok com a temática Y2, que são vídeos que utilizam os anos 2000 de algum modo, seja na música ou na estética. São tópicos de destaque no consumo audiovisual e nos produtos utilizados, que faz parte de um assunto tão extenso que envolve a cultura do período.

Panorama Y2K

Tendência Y2K: a nostalgia dos anos 2000. Na foto, um jovem com óculos colorido, cropped com umbigo à mostra e calça cargo. Ela está apoiada em várias tv de tubo. Reprodução/FreePik.

Na década 2000, ainda não tínhamos redes sociais igual aos dias de hoje, umas das principais leituras na internet eram os blogs pessoais, um dos celulares de última geração tinha o formato “flip”, os jogos mais comuns eram o de “cobrinha” (snake, do Nokia) e a selfie estava começando a ser popularizada por meio de câmeras portáteis da Sony. 

Celebridades como Paris Hilton, Britney Spears e Lindsay Lohan incorporaram as tendências daquela época e ilustraram tablóides nas bancas, com notícias fotografadas por paparazzis (que muitas vezes eram acusados de invadir a privacidade por quem estava em alta no período). Na tv por assinatura, Sex and The City (HBO) com Carrie Bradshaw desfilava looks com o elenco da série, enquanto The Sopranos ia ao ar  no mesmo canal. E as boy bands estavam com tudo nos rádios, lançando videoclipes com coreografias que eram sucesso na MTV.

Dados sobre Y2K

Tendência Y2K: a nostalgia dos anos 2000. Na foto, uma jovem usando top tank e calça reta, penteado com bumps e apoiada na tv de tubo. Reprodução/FreePik.

Apenas no Tik Tok, já são mais de 6.3 bilhões de visualizações nos vídeos com a hashtag #y2k.

No Google, são 34 milhões de resultados por Y2K (dados de maio de 2022). O Brasil, nos últimos cinco anos, mostrou “breakout”, que é quando as buscas pelo termo aumentaram mais de 5.000%.

  • Aumento repentino (+ de 5.000% em) nas buscas por:  y2k aesthetic, cyber y2k, calça y2k, streetwear y2k;
  • estilo y2k (aumento de 3.800%) e y2k style, inglês, (+ 3.250%)
  • y2k significado (+2.900%)
  • y2k fashion (+1.900%)
  • o que foi o bug do milênio (+40%).
  • Outros termos ligados aos anos 2000: os estilos emo, gótico, indie rock, cottagecore, grunge e rap, tiveram + 5.000% de aumento.
  • Ainda encontramos interesse no ano de 1999 (+ 5.000%).

Dados de maio de 2022.

Destaques Y2K

Tendência Y2K: a nostalgia dos anos 2000. Na foto, um jovem com óculos colorido, regata branca e calça cargo está apoiado na tv de tubo. Reprodução/FreePik.

Em 2021, Y2K foi apontado como a maior tendência de street style (moda das ruas) na Vogue americana por estar presente no circuito de moda das cidades de Paris, Xangai, Milão, Londres, Copenhague e Nova York. 

As famosas Dua Lipa, Hayley Bieber, Bella Hadid e Gigi Hadid ajudaram a popularizar peças e acessórios Y2K, inclusive entre gerações mais jovens que não viveram esses anos (é o caso da geração Z e da geração alpha). Peças dos anos 2000 incluem o uso da calça de cintura baixa, uso dos top tanks, calça cargo, tops feitos de bandanas, uso do marrom e tons terrosos. A maquiagem e os cabelos também ganham a estética do período. É o caso de acessórios como a bandana amarrada nos cabelos, óculos de sol coloridos, presilhas e broches. As miçangas coloridas aparecem nos colares e pulseiras. 

Na música, os desafios no Tik Tok e nas demais redes de vídeo, como o Instagram, passaram a utilizar hits da época para ser trilha sonora dos desafios ou trends. Britney Spears, Nsync, Backstreet Boys e diversos cantores e bandas reaparecem entre eles. A música “Toxic” foi usada para falar de traços tóxicos de personalidade, “Dilemma” da Nelly, virou dublagem com o seu “ow” e até o tema do Backyardigans se tornou coreografia.

As séries de tv Y2K também têm se tornado clássicos revisitados, especialmente com a chegada dos streamings on-demand, que permitem ver tudo o que foi exibido na época na facilidade de um clique. 

O comercial do SuperBowl em 2022 usou referência dos Sopranos utilizando a história das gangues da série. The Sopranos está disponível no HBO, disponível para todos os assinantes hoje. E o seu comeback incluiu o lançamento de um filme em 2021, The Many Saints of Newark, contando a história de Tony Soprano.

https://www.youtube.com/watch?v=2bZYqFsU72Y

Cenário de 2022 potencializa a divulgação das tendências

De forma geral, tanto na moda, música e estética, o Y2K tem sido cada vez mais presente desde o começo dos anos 2020. Com o efeito “throwback” e a chamada “economia das nostalgia” algumas canções podem voltar às paradas de sucesso.

Além de trazer lembranças para quem viveu os anos 00s, essas tendências também conquistaram os mais novos, como a geração Z, que criam vídeos ao som das músicas e vestem o que lembra a adolescência de muitos. As músicas que apareciam nos videoclipes da TV, especialmente na MTV (Music Television) retornam por meio do Youtube outras plataformas de vídeos.

O Tik Tok, espaço usado por diversas gerações, inclusive a gen Z (nascidos depois de 1995)e o Instagram são potencializadores para tornar essas tendências virais, tanto na divulgação de peças quanto no consumo musical ou de audiovisual, como as séries.

E sem a dificuldade da internet discada dos anos 00s e começo do wi-fi como conhecimos, e com a facilidade dos streamings dos anos 20, essas e outras peças deixam a nostalgia no alcance de um clique.

Profissional de Digital Business e Business Intelligence, com foco em Consumer Insights, Trends e Cultural Research. Pesquisa e trabalha criando estratégias baseadas em dados online e offline. Criadora do Dataísmo. Formada em Marketing e pós-graduanda em Digital Business na USP.

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