Pinkwashing e LGBTQ+
Pinkwashing, do inglês “lavagem rosa” refere-se às ações de marketing, publicidade e empresas em geral que “comemoram” o dia LGBTQ+, com mensagens disfarçadas de apoio e ação política, mas que na prática continuam a violar os direitos humanos da população LGBTQ+. É como se na mensagem houvesse uma visão de igualdade, quando não há nenhuma ação afirmativa para diversidade, inclusão e existe a prática do preconceito ou exclusão. Como se fosse uma “lavagem” mesmo.
E junho é o mês do Orgulho LGBTQ+. E entender e discutir o pinkwashing é necessário para saber quais são as ações reais ou as que ficam apenas nos discursos.
Origem do Dia do Orgulho LGBTQ+
A data tem origem política e de resistência. O dia do Orgulho LGBTQ+ é marcado pela Batalha de Stonewall.
De acordo com a BBC, foi um confronto entre pessoas LGBTQ+ e policiais no dia 28 de junho de 1969, no bairro de Greenwich Village, em Nova York. As ideias progressistas foram combatidas com força policial, pois não era permitido demonstrar afeto em público. Os frequentadores do bairro reagiram à repressão policial e daí veio a origem da data.
Desde então, a data virou símbolo da luta por direitos de viver e ser LGBTQ+ em público. E ao longo das décadas, o mês inteiro é dedicado à luta de direitos como o casamento, adoção de filhos e ter orgulho de ser quem é, independente do que a pessoa é.
O efeito Pinkwashing nas ações de marketing
Utilizar a data e o mês do Orgulho LGBTQ+ com mensagens vazias se relaciona diretamente ao pinkwashing. E nos faz refletir sobre a diferença entre storytelling e storydoing. As histórias são publicadas por meio do storytelling. Mas será que estão de fato praticando o que fazem, por meio do storydoing?
Uma boa forma de fazer a checagem é ver quais ações afirmativas estão sendo realizadas, estatísticas que mostrem igualdade. A porcentagem de pessoas LGBTQ+ nas empresas e a representatividade na publicidade. E aí, sua marca favorita é como a Ben&Jerrys, que se engaja em causas políticas, ou é mais pro lado do pinkwashing?
Esse texto não é uma diretriz, mas sim uma reflexão. Entender o que andamos fazendo, na prática, para diminuir a violação de direitos humanos e garantir que mais pessoas se sintam incluídas durante todo o ano. E não apenas em uma só data.