Festival Negritudes Globo 2024: celebração e reflexão sobre a presença negra no audiovisual brasileiro
O Galpão da Ação da Cidadania, na Gamboa, foi palco do Festival Negritudes 2024. O evento reuniu cerca de 2 mil pessoas, discutindo a presença negra no audiovisual brasileiro e celebrando a ancestralidade afro-brasileira. A programação, repleta de painéis e debates, estará disponível no Globoplay para visualização posterior.
Origem e organização do Festival Negritudes
Ronald Pessanha, líder do Negritudes Globo, explicou que a Plataforma Negritudes está em seu quinto ano. A plataforma visa ampliar o debate sobre narrativas negras e promover mais inclusão no mercado audiovisual.
“O Festival Negritudes é parte da Plataforma Negritudes, um movimento que inclui ações internas, imersões e campanhas institucionais. Em 2024, ampliamos o festival para três cidades: Rio de Janeiro, Salvador e São Paulo”, disse Ronald.
Temas e painéis
Abertura e Sucesso e Inspiração
O festival começou com o refrão “Foco, força, fé, resistência e atitude. Isso é Negritudes”, cantado por MC Estudante. O primeiro painel, “Sucesso e Inspiração”, mediado pela jornalista Maju Coutinho, contou com a participação de Regina Casé, Hugo Gloss e Thelminha de Assis. Regina Casé destacou:
“Não quero ser a voz dos pretos da TV, mas quero iluminar e ser ponte para essas pessoas.”
Gente preta feliz
A jornalista Aline Midjej mediou o painel “Gente Preta Feliz”, com Sheron Menezzes, Wendy Andrade, Raquel Virginia e Julio de Sá. Aline começou citando Angela Davis: “Quando a mulher negra se movimenta, toda a estrutura da sociedade se movimenta com ela.” O painel abordou a alegria como resistência cultural.
Sheron Menezzes lembrou de sua personagem Sol em “Vai na Fé”:
“Ser feliz é nosso direito. Precisamos construir a autoestima dessas crianças, pois quando a gente faz isso, não tem quem diga que ela é feia.”
Multilinguagens e multiversos
A apresentadora Kenya Sade mediou o painel “Multilinguagens e Multiversos” com Luisa Lima, Elísio Lopes, Jonathan Ferr e Kondzilla. Elísio Lopes destacou:
“Por ser uma voz plural, me sinto livre neste momento. A responsabilidade com a telenovela no Brasil é muito grande.”
Histórias que atravessam um oceano
Mediado por Lilian Ribeiro, o painel contou com Tais Araújo, Prudence Kalambay e Lázaro Ramos. Prudence, atriz congolesa, afirmou:
“O Brasil é um país de oportunidades e estou muito feliz de estar aqui. Sou uma artista e venho de um país que passou por muitas guerras.”
Somos o sonho dos nossos ancestrais
Rita Batista mediou o painel “Somos o Sonho dos Nossos Ancestrais”, com Zezé Motta, Antonio Pitanga e Átila Roque. Pitanga reverenciou personalidades negras importantes como Luiz Gama e Machado de Assis. Zezé Motta afirmou:
“É uma sensação de que tudo valeu a pena ao saber que sirvo de inspiração para negros e negras.”
Tradições negras cariocas
O painel final foi mediado por Alexandre Henderson e contou com Milton Cunha, André Rodrigues, Tati Quebra Barraco e Jonathan Azevedo. A discussão foi sobre as tradições negras cariocas e seu impacto cultural.
Participantes e programação
Além dos mediadores e palestrantes já mencionados, o festival contou com a participação de diversos profissionais do audiovisual e influenciadores negros.
- A atriz Regina Casé, o criador de conteúdo Hugo Gloss e a apresentadora Thelminha de Assis participaram do painel “Sucesso e Inspiração”.
- Sheron Menezzes, Wendy Andrade, Raquel Virginia e Julio de Sá participaram do painel “Gente Preta Feliz”.
- Luisa Lima, Elísio Lopes, Jonathan Ferr e Kondzilla debateram no painel “Multilinguagens e Multiversos”.
- Tais Araújo, Prudence Kalambay e Lázaro Ramos discutiram no painel “Histórias que Atravessam um Oceano”.
- Zezé Motta, Antonio Pitanga e Átila Roque participaram do painel “Somos o Sonho dos Nossos Ancestrais”.
- Alexandre Henderson, Milton Cunha, André Rodrigues, Tati Quebra Barraco e Jonathan Azevedo fecharam o festival no painel “Tradições Negras Cariocas”.
Em outras palavras
O Festival Negritudes 2024 foi um evento significativo para a comunidade negra, promovendo discussões importantes sobre a inclusão e representatividade no audiovisual brasileiro. Ronald Pessanha destacou a importância do festival para ampliar o debate sobre as narrativas negras e conectar ainda mais pessoas com o Brasil.
Os temas discutidos no Festival Negritudes Globo estão alinhados com a agenda ESG da companhia. Essas práticas incluem preservação ambiental, responsabilidade social e transparência empresarial. Sobre a agenda ESG, Pessanha destacou a importância de conectar profissionais negros da Globo com o mercado, promovendo inclusão no audiovisual.