Bottega Veneta, a marca de luxo que saiu das redes sociais
A marca italiana Bottega Veneta saiu do Instagram, Facebook e demais redes sociais em 2021, o que foi chamado de “apagão da Bottega”
No dia 05 de janeiro de 2021, a audiência digital da grife italiana Bottega Veneta teve uma surpresa: um apagão em todas as redes sociais. A marca fechou todos os perfis e manteve apenas o seu site funcionando, com o e-commerce ativo. Bottega era considerada um hit nas redes sociais e suas publicações alcançavam alto volume de pessoas, então os números altos de engajamento não foram a causa da decisão. Contava com 2,5 milhões de seguidores no Instagram. Na verdade, foi uma decisão estratégica.
“A Bottega decidiu, alinhada aos seus valores, se apoiar mais em seus embaixadores e fãs, fornecendo a eles material o suficiente para que possam falar da marca em seus perfis, deixando que eles falem por nós”, disse François-Henri Pinault, CEO da Kering. “Não desaparecemos das redes sociais, apenas estamos usando elas de forma diferente”, disse ele ao site WWD. “A Bottega decidiu, alinhada aos seus valores, se apoiar mais em seus embaixadores e fãs, fornecendo a eles material o suficiente para que possam falar da marca em seus perfis, deixando que eles falem por nós”. complementa Pinault. Tal estratégia centra-se, então, em colocar a criação de conteúdo nas mãos de quem já o fazia voluntariamente, complementa a Vogue Portugal.
O diretor criativo Daniel Lee falou que “desde que a marca apagou seu perfil no Instagram, que contava com 2,5 milhões de seguidores, “está bastante convencido” quanto à estratégia, e que a marca tem acompanhado os resultados bem de perto”. Pouco tempo depois, um grupo de fãs criou conta no Instagram New Bottega Veneta, dedicada ao trabalho de Daniel Lee, com aproximadamente 900 mil seguidores sob curadoria de Laura Nycole.
O grupo Kering também é responsável por marcas como Gucci. Saint Laurent, Balenciaga e Alexander McQueen. “Por serem muito complementares, não queremos repetir a mesma coisa em todas as marcas. Bottega tem um posicionamento específico há anos, que agora está sendo reforçado”, afirma François-Henri Pinault. E além disso, as ações não são definitivas.
A marca pode reativar as suas contas se o cenário mudar ou assim o desejar, voltando para as redes sociais. Ou, como diz a Vogue Portugal:
“Seja qual for o caminho adotado – o apagão total de Bottega Veneta ou a efemeridade das publicações de Balenciaga – é importante relembrar que nenhuma destas ações tem de ter um caráter definitivo”. O mais importante é que haja alinhamento ao propósito, sabendo que algumas decisões podem variar dentro da própria empresa e também depende do alinhamento do público digital e dos consumidores da marca.