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BlueSky: building a social internet

BlueSky e redes com federações: alternativas ao algoritmo?

Redes das descobertas e redes de federações seriam alternativas às redes sociais baseadas no uso do algoritmo? A BlueSky é a nova rede social criada por Jack Dorsey, criador do Twitter, baseada nas federações (ou servidores). Ao contrário do Facebook, Twitter, Instagram e demais redes que possuem um feed único com recomendações algorítmicas, ela é baseada em servidores (a exemplo do Mastodon).

“Bluesky está construindo um protocolo social. Lançamos “ADX” (o X significa Experimento) em maio. Agora que o design está começando a se solidificar, estamos renomeando-o para “Protocolo de Transporte Autenticado” – o Protocolo AT” explicou o perfil oficial BlueSky no Twitter.

Federações

Ter uma rede baseada em federações permite que as pessoas vejam seus nichos/silos, e entre em contato com novos usuários dentro do seu servidor (já que, uma vez cadastrado, você poderá visualizar todos os que fazem parte dela). É baseada na escolha da própria audiência e os administradores dos servidores podem aplicar as suas próprias regras de moderação.

“O que é uma rede “federada”? É uma maneira de os servidores se comunicarem uns com os outros – como e-mail. Em vez de um site executando a rede, você pode ter muitos sites. Os usuários podem escolher o provedor, e indivíduos e empresas podem se auto-hospedar, se quiserem.”.

Outros pontos destacados pelo BlueSky são interoperação e atuação. De acordo com a própria plataforma, os objetivos deles seriam:

Interoperação: “O mundo precisa de um mercado diversificado de serviços conectados para garantir uma concorrência saudável. O AT Protocol inclui uma estrutura de interoperação baseada em esquema chamada Lexicon para ajudar a resolver os desafios de coordenação”.

Atuação: “Muitos protocolos novos não priorizam o desempenho, resultando em longos tempos de carregamento antes que você possa ver sua linha do tempo. Não vemos o desempenho como opcional, por isso priorizamos a criação para carregamento rápido em grandes escalas”.

Descoberta e federações: será esse o futuro das redes sociais? 

A questão dos algoritmos aparece no BlueSky, mas não é exatamente nova. A discussão já acontece sobre o próprio Tik Tok, que não se baseia apenas nas recomendações do feed. A página do “for you”, por exemplo, tem criado uma nova forma de conteúdo, fazendo-o uma rede de descoberta

Aqui, o BlueSky fala também da importância em sair do modo de operação traçado pelo algoritmo:

Escolha algorítmica: Algoritmos ditam o que vemos e quem podemos alcançar. Devemos ter controle sobre nossos algoritmos se quisermos confiar em nossos espaços online. O protocolo AT suporta algoritmos abertos para que os usuários tenham mais controle sobre sua experiência.” (conta o seu ponto de vista no perfil oficial do Twitter).

BlueSky também aposta na co-criação, recebendo feedbacks dos usuários à medida que é lançada. BlueSky explicou: “Está claro que há muito interesse em uma nova abordagem para as mídias sociais. Lançaremos convites para a versão beta privada em etapas, garantindo que o protocolo seja dimensionado e recebendo feedback dos usuários à medida que avançamos” contou BlueSky no Twitter. 

Em resumo, seria colocar mais “poder” ao usuário dentro da plataforma, permitindo que façam e apliquem suas regras e fujam do modo de operação de redes comuns hoje, como o Facebook, Instagram e Twitter, que dependem do que cada rede social entrega.

De acordo com o Yahoo, o BlueSky já recebeu mais de 30 mil pedidos de inscrição, antes mesmo de seu lançamento oficial. Atualmente, as redes mais populares possuem bilhões de usuários, então resta saber como será a curva de popularidade do BlueSky em relação às demais. No caso do TikTok, ser uma rede baseada em descobertas funcionou: ele se tornou uma das redes mais queridas hoje. Vamos ver o que reserva ao BlueSky (e também ao Mastodon, que baseia-se nos servidores, similar às federações do BlueSky). Seguimos acompanhando.

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Pilha de logos do Twitter. Imagem: FreePik

Reflexões sobre aquisição do Twitter, novas regras e a alternativas

Os últimos dias foram movimentados na internet com a possível aquisição do Twitter. Adquirido por Elon Musk (uma das maiores compras de mídias dos últimos tempos), o assunto Twitter movimentou não só a economia, mas também a própria rede. A mudança na diretoria abriu espaço para várias perguntas, tais como: “será que ele vai acabar”? Mas o que sabemos até o momento, em maio de 2022, é:

Aconteceu a aprovação do negócio, que envolve autorização antitruste e de recursos financeiros. Até a assinatura final, alguns detalhes podem mudar.

Promessas de Musk para o Twitter

Por enquanto, a nova diretoria nada afirmou sobre alterar funcionalidades técnicas da plataforma. Mas, sim, depois de bater o martelo, é possível as regras foquem no proposto por ele: autenticação de usuários, liberdade de expressão, não banimento e menos bots

“A liberdade de expressão é a base de uma democracia em funcionamento e o Twitter é a praça da cidade digital onde assuntos vitais para o futuro da humanidade são debatidos”, afirmou Musk em comunicado.

Como são conceitos bem abertos, existe a preocupação de grupos de direitos humanos que estudam discursos de ódio nas redes sobre como ficará a moderação para impedir a propagação de ódio e fake news.

“Quero tornar o Twitter melhor do que nunca, aprimorando o produto com novos recursos, tornando os algoritmos de código aberto para aumentar a confiança, derrotando bots de spam e autenticando todos os humanos”, falou Musk.

Enquanto isso, conhecidos por seus memes, os usuários da mídia social até subiram a hashtag que entrou nos top assuntos mais comentados: “R.I.P. (rest in peace) Twitter”.

Indo além do Twitter

“Será que vai morrer igual ao Facebook”? Questionaram no Twitter. Mas a questão é que o Facebook não morreu. Mesmo que o Twitter tenha alta atividade, com usuários fiéis e valiosos, nosso país tem 17 milhões de usuários ativos por lá, enquanto o Facebook tem valor bem superior, de pelo menos 116 milhões (leia mais em: dados do Facebook em 2022).

E o Snapchat, considerado “morto” por muitos, conta com 293 milhões de usuários mundiais, um recorde conquistado em 2021 (veja mais sobre o último recorde do Snapchat). Sem contar o público do Tik Tok e Youtube. Cada rede com a sua proposta. Mesmo que abandonadas por alguns, muitas pessoas ainda usam todas redes as anteriores e elas são maiores em usuários que o próprio Twitter.

Migração para o Mastodon

Por outro lado, Mastodon é considerada uma das concorrentes do Twitter e passou por dias movimentados. Depois da notícia do Musk, ela explodiu e teve recorde de acessos simultâneos e de novos usuários, a ponto de cair o servidor. 

Os aplicativos oficiais para iOS e Android tiveram um aumento de downloads de 5 mil vezes após o anúncio da aquisição do Twitter. O total de transferências em apenas uma semana equivale a 10% do número absoluto de downloads acumulado ao longo da vida útil do Mastodon. De acordo com o Daily Mail, O Mastodon ganhou quase 30.000 novos usuários no dia no anúncio da chegada de Elon Musk ao Twitter.

Eugen Rochko, fundador e CEO da Mastodon, admitiu problemas de acesso devido ao excesso no dia, devido à entrada de novos usuários. “Eu estava trabalhando o dia todo para corrigir problemas de desempenho nos servidores Mastodon que eu opero devido ao influxo de usuários novos e recorrentes após a aquisição do Twitter por Elon Musk”, disse ele ao Motherboard. Rochko afirmou que o Mastodon viu um aumento de 41.287 usuários ativos, incluindo usuários recorrentes e novos. Considerando apenas os novos usuários, 28.391 pessoas se juntaram ao Mastodon no dia.

Mas apesar do aumento de usuários no Mastodon da rede estar em evidência, a maioria ainda continuou usando o Twitter.

Mais sobre o Mastodon

A rede foi criada em 2017 por usuários insatisfeitos com o Twitter. Os posts são os “toots” (sua versão de tweets) com limite de 500 caracteres. As publicações podem ser privadas (uma novidade que o Twitter lançou no início de maio de 2022 sob o nome de Roda, em português). Possui organização de timeline cronológica (e não de algoritmos), e não há publicidade. É registrada como uma organização sem fins lucrativos e funciona à base de doações. O Mastodon ainda é descentralizado, ao contrário do Twitter, que possui suas próprias regras de verificação, punição ou autenticação. Sob a organização de federações, cada “servidor” da federação possui suas próprias regras.

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