NFTs movimentam US$ 25 bilhões em 2021, veja 5 marcas que entraram na tendência

Primeiro, qual o motivo de falar de NFTs? Por ser  uma das apostas para 2022. É um ativo digital exclusivo e de alta tecnologia. Os NFTs movimentaram cerca de US$ 25 bilhões em 2021 no e-commerce mundial.  Dentre elas, Barbie com Balmain, Dolce&Gabbana, Louis Vuitton, Nike, Balenciaga.

O volume de vendas era de apenas US$ 94,9 milhões no ano anterior. O DappRadar coletou dados em dez blockchains diferentes, que são usados para registrar quem possui o NFT. 

De acordo com Digi-Capital’s AR/VR Analytics Platform, o investimento em realidade aumentada e realidade cresceu e ainda deve aumentar. Os casos de uso comercial devem receber o maior investimento em 2024 são treinamento e manutenção industrial, com 4.1 bilhões de dólares previstos para serem investidos em ambos os campos. Jogos de RV, visualização de vídeo/recursos de RV e jogos de RA compõem os três maiores casos de uso do consumidor para realidade aumentada e virtual (AR/VR), com 17,6 bilhões de dólares americanos previstos para serem gastos em 2024.

5 marcas que já investem na criação de NFTs

Barbie x Balmain (Mattel)

Barbie x Balmain: NFT. Imagem: Reprodução: Mattel
Barbie x Balmain: NFT. Imagem: Reprodução: Mattel

Coleção limitada. “Juntas, Barbie e Balmain estão criando um novo capítulo no legado das indústrias de brinquedo e moda“, disse Richard Dickson, presidente da Mattel. 

“Para esta colaboração, estamos desenvolvendo o novo estilo francês das coleções mais recentes da Balmain, mais uma vez mostrando que a Balmain é inspirada pela beleza verdadeiramente diversa e emocionante encontrada nas avenidas e avenidas parisienses de hoje. Esta coleção também rejeita quaisquer limitações de gênero arbitrárias – esta é uma coleção quase 100% unissex. Pois, assim como a Barbie de hoje deixa claro, não há mais nada nos segurando!” complementa Oliver Rousteing.

De acordo com a marca, a primeira coisa que você notará é “all pink” (todo rosa). “Isso faz todo o sentido, é claro – para uma colaboração com a Barbie, você aposta no rosa, já que essa cor se tornou sinônimo da marca. Assim, o diretor criativo da Balmain, Olivier Rousteing, projetou a paleta da coleção para evoluir dos blushes mais suaves para uma série de tons mais fortes. Olivier Rousteing e sua equipe de design da Balmain também se inspiraram na conhecida iconografia brilhante do universo Barbie. Camisetas e moletons canalizam habilmente o tratamento gráfico ousado que se reconhece imediatamente como da Barbie – e muitos dos acessórios são híbridos inventivos das bolsas exclusivas da Balmain e da embalagem da Barbie. Grande parte desta coleção de edição limitada brinca com novos toques nas assinaturas familiares da Balmain, incluindo a icônica marinière da casa e seu hipnotizante padrão Labyrinth” explica a marca no site oficial da campanha.

Dolce&Gabbana

Dolce¨&Gabbana: NFT. Imagem: Reprodução/DG
Dolce&Gabbana: NFT. Imagem: Reprodução/DG

Surpresa na passarela. No final de 2021, lançou Collezine Genesi, sua primeira coleção de alta costura digital. De acordo com a marca, foi pensada para ser atrativa nas três dimensões: a digital, a física e a da experiência

Cinco das peças foram criações físicas, desenhadas e executadas pela Dolce&Gabbana, com ativos digitais da UNXD para o metaverso: duas versões de The Dress from a Dream, em ouro e prata, ambas com contas cintilantes e detalhes em cristal; O Glass Suit, um terno masculino verde esmeralda, igualmente embelezado; e duas coroas de prata banhadas a ouro e cravejadas de pedras preciosas, chamadas The Lion Crown e The Doge Crown. As outras quatro peças foram exclusivamente digitais: três jaquetas masculinas ricamente bordadas e The Impossible Tiara, feita de “joias que não podem ser encontradas na Terra”, como Dolce & Gabbana explicou no Twitter. Com base em esboços dos designers da marca, Domenico Dolce e Stefano Gabbana, eles foram construídos pela UNXD, usando o blockchain Polygon, explica a marca. 

“Não se trata de nostalgia”, disse Dolce em entrevista ao Luxury London. “Tradição e inovação têm sido dois temas essenciais para nós desde o início – quando começamos, fomos transportados pela inovação; então descobrimos que ainda precisávamos de nossas raízes. Queríamos entender, em uma era como essa, onde existe uma nova geração digital, como podemos conversar e dialogar melhor com nossas experiências, tradições e o artesanal, e aliar tudo isso à inovação. Além disso, a tradição não tem sentido se não houver inovação e vice-versa. Assim como não há Dolce sem Gabbana!”.

Nike

Nike e RTFKT no metaverso, criando NFTs de tênis. Imagem: Reprodução/Instagram RTFKT
Nike e RTFKT no metaverso, criando NFTs de tênis. Imagem: Reprodução/Instagram RTFKT

Foco no multiverso e produção de tênis no universo digital. Em dezembro de 2021, a empresa adquiriu a startup RTFKT. Em anúncio oficial à empresa, revelou que buscam ser uma empresa líder que aproveita a tecnologia de ponta para fornecer colecionáveis de próxima geração que mesclam cultura e jogos.

 “Esta aquisição é mais um passo que acelera a transformação digital da Nike e nos permite atender atletas e criadores na interseção de esporte, criatividade, jogos e cultura”, diz John Donahoe, presidente e CEO da NIKE, Inc. equipe de criadores muito talentosa com uma marca autêntica e conectada. Nosso plano é investir na marca RTFKT, servir e desenvolver sua comunidade inovadora e criativa e ampliar a presença digital e as capacidades da Nike”.“Esta é uma oportunidade única de construir a marca RTFKT e estamos empolgados em nos beneficiar da força e experiência fundamentais da Nike para construir as comunidades que amamos”, diz Benoit Pagotto, um dos cofundadores da RTFKT.

 “A Nike é a única marca no mundo que compartilha a profunda paixão que todos temos pela inovação, criatividade e comunidade, e estamos empolgados em expandir nossa marca, que foi totalmente formada no metaverso.”

Balenciaga

Balenciaga entra no jogo Fortnite. Imagem: Reprodução/Fortnite
Balenciaga entra no jogo Fortnite. Imagem: Reprodução/Fortnite

Marca já está no jogo Fortnite. Criou uma série exclusiva para o jogo e foi primeira marca de moda a fazer parceria com a Fortnite. Vendeu quatro itens exclusivos de sua coleção para servir de skin e acessórios para avatares para serem utilizados em seu universo. 

O diretor criativo da marca de moda de luxo, Demna Gvasalia, busca sempre ter algo novo a oferecer e, desta vez, mescla as linhas entre o físico e o digital. O modelo físico de Balenciaga foi transformado em um avatar digital chamado ‘Doggo’, que usa roupas Balenciaga na arena Fortnite.

Para se equipar na produção do universo digital, a Balenciaga está lançando um departamento virtual próprio. A nova unidade de negócios é “dedicada inteiramente ao desenvolvimento de produtos, projetos e experiências” pensados para o metaverso. “Neste momento, o clímax da interação com uma marca de luxo é que você clica em curtir, comenta ou compra algo”, disse o CEO da Balenciaga, Cédric Charbit, em uma conferência do Business of Fashion (BoF). “Podemos chegar ao próximo nível por meio do metaverso, já que as empresas, incluindo as do campo da moda, estão dando “passos gigantescos todos os dias” quando se trata de experiências e ofertas virtuais.

Louis Vuitton

Louis Vuitton lança Louis The Game e suas NFTs. Imagem: Reprodução/jogo.
Louis Vuitton lança Louis The Game e suas NFTs. Imagem: Reprodução/jogo.

Criou Louis the Game. Jogo da própria marca com ativos digitais para personalizar o personagem. LV está comemorando 200 anos e está prestando homenagem ao seu fundador por meio de várias novas iniciativas, incluindo esse jogo de aventura. Nele, existem trinta NFTs desenhados pelo artista Beeple. Louis the Game pode ser baixado em dispositivos Apple, Android e Google, a coleção exclusiva LV Trunk já está disponível e a marca promete novas coleções de NFTs e novidades no jogo em breve.

De acordo com a Vogue Business (em tradução livre): a Louis Vuitton trabalhou com a startup de eventos Wenew para criar os NFTs, que são cunhados da carteira Louis Vuitton Ethereum. A Wenew foi cofundada pelo artista Mike Winkelmann, conhecido como Beeple, que vendeu uma obra de arte NFT através da Christie’s por US$ 69 milhões, e colaborou anteriormente com a Louis Vuitton em sua coleção prêt-à-porter primavera 2019. Beeple criou um dos três NFTs emitidos pela Louis Vuitton; os outros dois “momentos” NFT são cartões postais históricos da vida da Louis Vuitton (Louis the Game tem cartões postais dentro da experiência do jogo, mas não são NFTs).

Consumo de NFTs

Para as marcas, investir na tecnologia NFT é criar presença na realidade virtual. O uso de filtros em fotos e vídeos, os aplicativos e óculos de realidade aumentada (entre outros recursos) abrem espaço para criar experiências que envolvam o consumidor em ambientes 100% digitais.

Influenciadores virtuais no Brasil: país é tendência na criação de personagens virtuais das marcas

Lu da Magalu, Lilica Ripilica, Nat da Natura e Mara da Amaro são alguns dos influenciadores digitais criados especialmente para a internet que somam milhões de seguidores. Eles são criados pelas marcas e funcionam como os embaixadores da sua mensagem,  realizam a comunicação e o atendimento, tudo isso com características próprias de personalidade.

O uso dos influenciadores virtuais pode coexistir com influenciadores humanos. Mas, em relação às pessoas, possuem uma vantagem. Por serem geridos por cada uma das marcas, eles não carecem de contratos para cada nova campanha ou ação. Se por um lado é importante que hajam pessoas influenciadoras, por outro os influenciadores digitais mostram que a  marca pode ser um personagem virtual completamente alinhado à marca, menos passível às mudanças externas dos influenciadores na web.

Marcos históricos dos influenciadores virtuais: criação da Magalu e Lei nº 12.485

Influenciadores virtuais: Lu da Magalu. Imagem: Divulgação/Magazine Luiza
Influenciadores virtuais: Lu da Magalu. Imagem: Divulgação/Magazine Luiza

A história dos influenciadores virtuais no Brasil começa há quase vinte anos. Em 2003, Magazine Luiza criou a Magalu. A influenciadora foi precussora a criação de outros personagens digitais em animações de estúdios independentes, como Lilica Ripilica no Youtube e a Any Malu.

Influenciadores virtuais: Lilica Ripilica do Mundo Ripilica. Imagem: Divulgação/Lilica Ripilica
Influenciadores virtuais: Lilica Ripilica do Mundo Ripilica. Imagem: Divulgação/Lilica Ripilica

Já a Lei nº 12.485 de 2011 dispõe sobre a comunicação audiovisual de acesso condicionado e deu prioridade especial à animação infantil produzida por estúdios brasileiros. “A Lei 12.485 viabilizou o incremento da produção independente brasileira, viabilizou a chegada dessa produção na TV paga, na TV aberta, ampliou a capacidade de investimentos do Fundo Setorial do Audiovisual, da Agência Nacional do Cinema, no desenvolvimento do setor, melhorou um conjunto de práticas das programadoras, das TVs abertas, dos nossos produtores, e é o que permite o bom momento que o setor audiovisual brasileiro está vivendo”, disse o presidente da Ancine, Manoel Rangel, em reportagem para a Agência Brasil.

Influenciadores virtuais: Any Malu. Imagem: Divulgação/Any Malu
Influenciadores virtuais: Any Malu. Imagem: Divulgação/Any Malu

 

A importância dos estúdios de animação independentes

De acordo com a EBC, em 2017 os produtores audiovisuais eram 68% da Região Sudeste, 610 (10%) das produtoras no Nordeste, de 358 (6%) no Centro-Oeste e de 151 (3%) no Norte do país.

Manoel Rangel, diretor da Associação Nacional de Cinema (ANCINE) afirma “O principal dessa lei é que ela faz com que os brasileiros tenham contato com a produção audiovisual brasileira e com a produção audiovisual brasileira independente. Ela intensifica a geração de emprego pelo país afora, intensifica a capacidade do Brasil se ver na tela. Hoje, o que nós apresentamos aqui é um conjunto de base de dados e de sistemas que acompanha esse desenvolvimento da Lei 12.485. São ferramentas para garantir o cumprimento da lei e, por outro lado, ferramentas que nos permitem conhecer mais e melhor o mercado audiovisual, aprimorando as políticas públicas desenvolvidas para o setor”.

Cenário dos anos 2020s

Em 2021, a Lu da Magalu é uma das influenciadoras virtuais mais populares da história com mais de 25 milhões de fãs nas redes sociais. E a quantidade de influenciadores virtuais continua a se multiplicar. Atualmente, o Brasil possui diversos influenciadores ativos:

Baianinho das Casas Bahia, o atual “CB”

Influenciadores virtuais: Baianinho das Casas Bahia. Rebranding 3D. Imagem: Divulgação/Casas Bahia.
Influenciadores virtuais: Baianinho das Casas Bahia. Rebranding 3D. Imagem: Divulgação/Casas Bahia.

O antigo Baianinho de chapéu de couro foi repaginado em 2021 e ganhou versão 3D. Em sua apresentação no Twitter, escreveu: “Faaala, galera! Agora vocês podem me chamar de CB! A Casas Bahia se transformou tanto, que até eu mudei durante essa viagem sensa. Mas fiquem tranquilos! Vou continuar sendo aquele carinha que sempre tem as melhores diconas pra tudo“. O personagem foi assinado pelo Estúdio Miagui. De acordo com Ilca Sierra, diretora de Marketing e Comunicação Multicanal da Via Varejo: “Nossa casa é o Brasil, nossa causa é o brasileiro. Estamos entrando em um segundo e importantíssimo capítulo nessa evolução do reposicionamento da marca. Ele vem agora como um influenciador digital, para dar mais luz aos nossos valores no novo posicionamento, sendo guardião de temas como sustentabilidade e diversidade”.

Elô da Cielo

Influenciadores Virtuais: Elô, da marca Elo. Imagem: Divulgação/ELO
Influenciadores Virtuais: Elô, da marca Elo. Imagem: Divulgação/ELO

“Tem o objetivo de melhorar a experiências dos clientes no atendimento em nossos canais digitais. Essa novidade veio para trazer uma interação mais prática, ágil e amigável”. Missão: é estar à frente de todos os canais digitais da Cielo e auxiliando em duvidas, sugestões em nossos principais produtos e serviços.
Esbanjando simpatia, a Elô ouvirá clientes e fará de tudo para simplificar a comunicação.” (Divulgação/Equipe CIELO).

Mara, da Amaro

Influenciadores virtuais: Mara, da Amaro. Imagem: Divulgação/AMARO
Influenciadores virtuais: Mara, da Amaro. Imagem: Divulgação/AMARO

“A  modelo virtual foi projetada para atender às demandas da equipe de marketing e produtos para a criação das campanhas e lookbook em tempos de isolamento social. Mas a segunda etapa é inevitavelmente a de uma personagem virtual que vai se comunicar com o público em todas as nossas plataformas”, explica Luciana Cardoso, diretora de criação da AMARO.  “Com o conceito “O que a internet uniu, ninguém separa”,  a campanha foi criada e produzida em apenas quatro dias, antecipando a tendência dos encontros virtuais que acabaram por se tornar a realidade para a maioria das pessoas em quarentena.” (Divulgação/AMARO).

Nat, da Natura

Influenciadores Virtuais: Nat da Natura. Imagem: Divulgação/Natura
Influenciadores Virtuais: Nat da Natura. Imagem: Divulgação/Natura

Em sua biografia no Twitter, se declara “Sou Consultora de Beleza Natura, Influenciadora Digital, Porta-voz da Natura aqui no Twitter, apoiadora de causas socioambientais e “mãe” do gato Murumuru”.  De acordo com o blog da Natura: “Para acelerar a digitalização e humanizar o atendimento digital, nós demos cara e novas funcionalidades ao bot (robô de internet). A Nat, nossa assistente virtual, pode renegociar dívidas, solicitar segunda via de boletos, falar sobre os status de pedidos e pagamentos, entre outras funções. Lançada em 2016 apenas dentro do Facebook, até então o bot mostrava opções de presentes para os consumidores comprarem online.” e “Um dos objetivos principais é reduzir em 30% os atendimentos feitos via Central de Relacionamento, que estarão com atenção voltada para resolver problemas “mais complexos”. Hoje, cerca de 75% dos contatos feitos via esse canal são dúvidas simples que a Nat está, a partir de agora, capacitada para solucionar em tempo real, 24 horas por dia, todos os dias da semana e, claro, com total segurança.”.