Conceitos de Marketing e Dados

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Como a Netflix mede as séries mais assistidas? Descubra sua metodologia de medição e como o streaming usa nos negócios.

Como a Netflix mede as séries mais assistidas?

Esse artigo investiga como a Netflix mede as suas séries mais assistidas. A forma que a plataforma mensura foi investigada em fevereiro de 2024 (e pode ser atualizada, caso haja mudança na contagem). Aqui, você lê como a mensuração funciona. Além disso, existem alguns insights extras: como esses dados podem ser cruzados com as métricas de outras plataformas e como os dados influenciam das decisões para os negócios digitais da Netflix (o uso dos dados para potencializar o seu negócio).

Como a Netflix mede as séries mais assistidas? (em 2024)

A Netflix utiliza o número de horas assistidas como principal métrica para determinar as séries mais vistas do ano. O período de análise para essa medição é de 28 dias após a estreia da série ou temporada na plataforma. Isso significa que o sucesso de uma produção é medido pela quantidade de horas que os usuários dedicaram a assisti-la durante esse período inicial.

Até recentemente, havia falta de dados específicos, pois a Netflix não divulgava o número total de horas assistidas por cada série, apenas a posição no ranking. Como parte de seu projeto de transparência, passou a mostrar o total de horas assistidos por cada série em seu site.

Aprofundando a metodologia de medição da Netflix

Em outras palavras, na avaliação do sucesso das séries na Netflix, o principal indicador é o número total de horas assistidas pelos usuários. Este critério é aplicado durante um período de análise que se estende por 28 dias após a estreia de uma série ou temporada na plataforma. Em suma, a popularidade de uma produção é determinada pela quantidade de tempo que os espectadores dedicam a assistí-la durante essas primeiras quatro semanas.

Alguns pontos importantes sobre a metodologia da Netflix:

  • Contas compartilhadas: a Netflix não discrimina entre usuários em uma mesma conta, então todas as horas assistidas na mesma conta são contabilizadas como se fossem de um único usuário.
  • Múltiplos dispositivos: as horas assistidas são contabilizadas independentemente do dispositivo utilizado para acessar a Netflix (TV, computador, tablet, smartphone, etc.).
  • Reassistidos: as horas de reprises também são contabilizadas, o que significa que uma série pode ter um número maior de horas assistidas se muitos usuários a assistirem mais de uma vez.

Outras métricas utilizadas pela Netflix:

  • Número de contas que iniciaram a série: essa métrica indica o número de contas que assistiram pelo menos um episódio da série.
  • Porcentagem da série concluída: essa métrica indica a porcentagem da série que foi assistida em média pelos usuários.

Insights sobre a comparação da audiência da Netflix com outros streamings

Como a Netflix mede as séries mais assistidas? Descubra sua metodologia de medição e como o streaming usa nos negócios.

Os dados de audiência da Netflix nem sempre podem ser comparados com outras plataformas de streaming, pois cada uma utiliza metodologias diferentes.

Apesar das limitações de data mesh (mescla de dados), a metodologia da Netflix fornece uma boa indicação das séries mais populares da plataforma.

Vale lembrar que essa é apenas uma métrica de sucesso, e outros fatores também podem ser importantes para avaliar a qualidade de uma série, como a crítica especializada, a recepção do público e o impacto cultural.

Insights sobre Digital Business: Netflix usa seus números para guiar decisões nos negócios

Como a Netflix mede as séries mais assistidas? Descubra sua metodologia de medição e como o streaming usa nos negócios.

Se uma série recém-lançada registra um grande número de horas assistidas dentro desse intervalo inicial, isso indica uma recepção positiva e aumenta suas chances de renovação para futuras temporadas.

Por outro lado, uma série que não consegue atrair uma audiência significativa dentro do período de análise pode ser considerada menos bem-sucedida pela plataforma e estar sujeita a cancelamento.

(Veja mais sobre o caso de Sandman, quando o criador Neil Gaiman falou dos algoritmos serem fundamentais para a continuidade da série).

Além disso, a Netflix utiliza esses dados para orientar suas decisões de investimento em conteúdo, priorizando a produção de novas séries ou o licenciamento de títulos populares com base no interesse demonstrado pelos espectadores. Assim, o número de horas assistidas não apenas reflete a popularidade das séries, mas também influencia a estratégia de programação da plataforma.

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Fonte: Netflix. Metodologias divulgadas para a imprensa. Insights sobre mensuração e negócios digitais foram criados pelo Dataísmo especialmente para esse artigo.

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Cookieless: fim dos cookies na publicidade, e agora?

Cookieless: fim dos cookies, e agora? Consequências e exemplos

Os cookies, sempre nos bastidores, porém sempre presentes, estão perto de dar seu último passo no pacote dos biscoitos. Mas por que isso importa? Imagine-os como detetives da web, rastreando nossas pegadas online para personalizar anúncios e conteúdo. Esse texto foi publicado primeiro no Linkedin. Aqui no site, temos mais detalhes sem limite de caracteres.

Qual o impacto do fim dos cookies?

Menos publicidade direcionada (de forma geral, sem “aceite”), menos personalização na navegação na web e, na ponta de quem executa campanhas, a medição dos anúncios torna-se mais complexa. 

Mas o fim dos cookies também significa outro tipo de efeito: foco no usuário, que agora terá maior controle da adesão de seus dados. Seja ele quando loga naquele site (aceitando) ou sendo “marcado” conscientemente em algum espaço digital que aceitou, existe uma escolha mais clara e espaços para serem usados.

Nisso tudo, vêm as adaptações do mercado

Google e Meta estão criando novas formas de obter os dados das pessoas e se adaptar, sem perder a personalização.

Antes de entrar em exemplos mais técnicos, vamos entender os tipos de cookies no cenário da publicidade?

  • “First-Party Cookies” (na tradução literal, “cookies de primeira parte”): colocados pelo site que você está visitando, para lembrar detalhes de login ou personalizar o conteúdo.
  • “Third-Party Cookies” (na tradução, cookies de terceiros): inseridos por outros domínios (sites), frequentemente redes de anúncios, para rastrear seu comportamento na navegação. 

Os cookies de terceiros são os que estão sendo gradualmente eliminados.

Por que os cookies de terceiros são importantes para o marketing digital?

  • Publicidade direcionada: os cookies ajudam as redes de anúncios a construir perfis detalhados de seus interesses e comportamento online, permitindo que eles exibam anúncios altamente relevantes.
  • Personalização de sites: Os sites podem usar cookies para personalizar conteúdo e ofertas com base em suas visitas e preferências passadas.
  • Medição de campanhas de marketing: os cookies rastreiam conversões e envolvimento do usuário, auxiliando os profissionais de marketing a analisar a eficácia de suas campanhas.

Alguns exemplos de como Google e Meta podem se adaptar ao cenário sem cookies

O espaço digital está passando por mudanças, mas há outras formas de coletar dados de pessoas como o Google e a Meta têm buscado. O desafio? Adaptar-se e aderir o futuro (um tanto mais) centrado na privacidade.

Usando como exemplo um site utilizando os modelos de aprendizado de máquina do Google Analytics, o site pode antecipar as preferências de viagem dos usuários com base em seu histórico de navegação e sugerir recomendações personalizadas, tudo isso sem rastreamento individual. 

Para uma loja de comércio eletrônico: com a medição de eventos agregados do Facebook, a loja pode analisar quais categorias de produtos e promoções mais ressoam com o público, sem comprometer a privacidade dos usuários. 

Caso seja um aplicativo móvel, é possível usar a API de Conversões do Facebook para rastrear instalações de aplicativos e compras dentro do app diretamente dos servidores, fornecendo uma medição precisa do desempenho das campanhas, mesmo sem cookies. 

Em outras palavras

Embora o fim do uso de cookies de terceiros apresente desafios, tanto as big techs (tanto o Google Analytics quanto o Facebook Analytics, a Meta) estão desenvolvendo soluções para um futuro focado na privacidade e em dados (“first party data”). 

Empresas que se adaptarem e abraçarem essas mudanças estarão mais bem posicionadas para ter maior assertividade para entender o consumidor e conseguir usar dados centrados no usuário, em um cenário em constante evolução do marketing digital. 

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Espero que isso forneça uma visão de como a publicidade, e especialmente o Google e a Meta, estão adaptando o caminho para um futuro sem cookies, com mais privacidade para as pessoas.

Fontes: Para criar meus insights, usei informações da Meta e Google Analytics sobre a adaptação ao futuro cookieless.

Esse texto foi publicado primeiro no Linkedin. Aqui no site, temos mais detalhes sem limite de caracteres.

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O que é user centric innovation (UCI)?

UCI: o que é user centric innovation?

User Centric Innovation: UCI. O que é e como se desenvolve? Outra palavra em inglês? Na verdade a abordagem de centrar no consumidor é mais antiga e remete aos anos 1970, mas tomou novo fôlego a partir da digitalização do consumidor. Para entender mais sobre o assunto, fui buscar alguns artigos sobre o assunto e encontrei um que pode ajudar a entender.

No artigo “User Centric: Uma Análise Crítica da Inovação Voltada para o Consumidor”, dos autores Jordan Robert Gamble, Michael Brennan e Rodney McAdam, destacam que o conceito de inovação centrada no consumidor tem ganhado destaque na literatura e na prática empresarial.

A inovação centrada no consumidor é uma estratégia importante para as empresas na busca por novas ideias e oportunidades de negócios. Ela envolve a coleta de contribuições dos consumidores e seu envolvimento ativo no processo de inovação (seja lançando novos produtos, serviços, ou criando novos processos).

A compreensão dos desafios e oportunidades associados à UCI é essencial para as empresas que desejam implementá-la com sucesso.

Em busca de uma visão contemporânea, crítica e sistemática da inovação centrada no usuário (UCI) sob a perspectiva do consumidor, a pesquisa visa identificar e categorizar lacunas na pesquisa e/ou conhecimento, classificar empiricamente estudos de UCI contextualmente, analisar criticamente a literatura em termos de coalizão/fragmentação e derivar implicações práticas para a implementação na indústria.

Abaixo, separei os principais tópicos encontrados no artigo e alguns insights para expandir a conversa sobre user centric innovation (UCI):

Mas antes… O que é user centric innovation? 

O que é user centric innovation? Em busca de uma definição na academia e no mercado de negócios. Foto: Dataísmo.

UCI: em busca de uma definição

Os autores definem UCI como uma dimensão da inovação aberta em que a empresa incentiva e facilita a participação ativa ou envolvimento do consumidor final no processo de inovação do produto/serviço/ideia desenvolvido e oferecido pela empresa.

Isso envolve a coleta de contribuições e insights dos consumidores. É importante notar que essa definição se concentra nas contribuições dos usuários finais em oposição a parcerias de business-to-business (negócios-para-negócios, em tradução livre no português brasileiro).

Embora UCI não seja um conceito recente e tenha sido discutido desde a década de 1970, tem recebido mais interesse na literatura acadêmica na era digital.

Isso ocorre porque as preferências do consumidor estão mudando, as estratégias de marketing são mais interativas e há uma diversificação de plataformas e serviços de tecnologia. Com isso, nós vemos mais participação e ouvido atento ao consumidor, o que se torna uma parte da inovação e desenvolvimento de produtos ou serviços para os públicos.

User Centric Innovation: tipos de interações do consumidor em UCI

UCI: o que é customer centric innovation e como se aplica a inovação baseada no cliente. Foto: Dataísmo.

A literatura de gestão fornece várias terminologias para UCI, como inovação co-criativa, co-criação de clientes, inovações colaborativas com consumidores e crowdsourcing.

Essas interações variadas com o consumidor são consideradas canais válidos por meio dos quais as organizações podem centrar seus processos de inovação nos consumidores finais.

User Centric Innovation: desafios de implementar a inovação centrada no consumidor (usuário)

As interações entre consumidores e UCI apresentam diversos desafios.

Dentre eles, alguns consumidores podem não ter conhecimento técnico suficiente para propor ideias realizáveis de inovação. Outros podem relutar em compartilhar suas ideias com empresas, por medo de manipulação.

Existem também desafios relacionados ao controle e propriedade intelectual de ideias.

UCI: como colocar em prática?

A pesquisa sobre UCI tem implicações práticas significativas para as empresas.

Ao entender o processo de inovação centrada no consumidor e os desafios envolvidos, as organizações podem estabelecer estratégias mais eficazes de UCI.

Isso envolve a criação de comunidades de usuários, a definição de como as ideias dos consumidores são implementadas e o reconhecimento das necessidades dos consumidores antes do mercado.

Customer Centric Innovation: em outras palavras

Tentando resumir os principais tópicos, vejo que a inovação centrada no consumidor (UCI) é um conceito que envolve a coleta de contribuições e insights dos consumidores finais em relação ao processo de inovação do produto/serviço/ideia de uma empresa.

Isso é feito para incentivar a participação ativa e o envolvimento do consumidor no desenvolvimento de novos produtos ou serviços.

A UCI é vista como uma parte essencial da inovação aberta e tem implicações significativas para a prática de negócios, envolvendo o estabelecimento de comunidades de usuários e o entendimento dos desafios e oportunidades da interação com os consumidores.

User Centric Innovation desempenha um papel fundamental na inovação, pois permite que as empresas coletem ideias e insights valiosos diretamente de seus consumidores. E pode levar ao desenvolvimento de produtos mais alinhados com as necessidades e desejos do mercado.

Além disso, User Centric Innovation pode promover a fidelidade do cliente, melhorar o desenvolvimento de produtos e estreitar o relacionamento com os consumidores. Em resumo, a UCI é uma abordagem que coloca o consumidor no centro do processo de inovação, tornando-o um elemento essencial na busca por novas ideias e oportunidades.

De acordo com os pesquisadores, a investigação contínua nesse campo é necessária para abordar as lacunas de conhecimento e desenvolver estratégias mais eficazes de User Centric Innovation.

Sobre os autores

Jordan Gamble

Pesquisador associado na Universidade de Liverpool com doutorado em Negócios e Gestão pela Universidade de Ulster. Mais de doze anos de experiência em pesquisa qualitativa em universidades na China, Irlanda, Reino Unido e EUA. Pesquisa publicada em revistas líderes mundiais, incluindo Journal of Business Research, Entrepreneurship & Regional Development e European Journal of Marketing. Apresentou investigação em conferências internacionais na Austrália, Canadá, China, Islândia, Irlanda e Portugal. Índice H de 12, com publicações recebendo mais de 80.000 leituras no ResearchGate e mais de 600 citações no Google Scholar. Revisor de seis periódicos de primeira linha e quatro conferências internacionais. Membro da ILM, IAM, EURAM, ANZAM e Academy of Management. Os interesses de investigação centram-se na gestão de stakeholders nas indústrias criativas e culturais, com particular enfoque na indústria musical em termos de gestão da inovação, modelação de negócios, estratégia de marketing e cocriação de valor (fonte: Liverpool Academia EDU).

Michael Brennan

Professor em Gestão Estratégica e Desenvolvimento Sustentável com mais de 30 anos de experiência em desenvolvimento de negócios e consultoria. Focado em esquisa transdisciplinar, inovação em modelos de negócios e empreendedorismo. Durante os últimos dez anos, foi coinvestigador e líder de pacotes de trabalho em três grandes projetos financiados pelo Conselho de Pesquisa: o Centro de Avaliação Multidisciplinar de Tecnologia para Saúde (MATCH), financiado pelo EPSRC; o projeto SAFEWATER financiado pelo GCRF; e o projeto Global Research Translation financiado pelo GCRF. Além disso, participou em vários projetos de investigação de menor dimensão financiados pela UE/Reino Unido. No Ulster, atualmente Co-I e líder do pacote de trabalho em SAFEWATER (£ 4,8 milhões, 2017-2021) e Co-I no GCRF Global Research Translation Award (£ 837k, 2019-2021). Publicou 30 artigos revisados por pares e é membro sênior da Academia de Ensino Superior (fonte: Ulster University).

Rodney McAdam

O Professor McAdam é professor de Gestão da Inovação na Ulster Business School, Universidade do Ulster. Rodney recebeu recentemente o prêmio de bolsa de pesquisa distinta da Universidade de Ulster. Publicou um grande número de artigos em revistas internacionais com revisão por pares nesta área. É orador regular em conferências internacionais sobre questões de PME e supervisiona vários estudantes de doutorado nesta área. Antes de ingressar na universidade, trabalhou na indústria aeroespacial. A sua investigação centra-se na Gestão do Conhecimento e na implementação da inovação nas PME (fonte: Ulster University).

(Dados retirados do artigo homônimo e biografias vêm dos dados das universidades correspondentes. Última atualização em novembro de 2023. 

Artigo base: A contemporary and systematic literature review of user centric innovation: A consumer perspective Gamble, J., Brennan, M., & McAdam, R. (2019). A contemporary and systematic literature review of user centric innovation: A consumer perspective. In A. Brem (Ed.), Managing Innovation: Understanding and Motivating Crowds (1 ed., Vol. 1, pp. 1-55). Article 1 World Scientific Publishing. https://doi.org/10.1142/q0193).

Veja outros conceitos no especial Conceitos de Marketing e Dados. Categoria dedicada a entender termos ligados aos dados, tendências, comunicação e consumo.

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Três Leis de Clarke e o mundo atual

Três Leis de Clarke e o mundo atual

Arthur C. Clarke era autor de ficção científica, cientista e pesquisador. Também era considerado um visionário, pois previu muitos avanços tecnológicos. A frase sobre a mágica da tecnologia (“Qualquer tecnologia suficientemente avançada é indistinguível da magia.”) faz parte das chamadas “Três Leis de Clarke”. 

As “Leis de Clarke” são três formulações que exploram a relação entre a humanidade e a tecnologia. Ele foi citado recentemente por Jamais Cascio, criador do conceito do Mundo B.A.N.I..: 

De acordo com Jamais Cascio, o conceito de V.U.C.A. (Volatilidade, incerteza, complexidade e ambiguidade) para entender o mundo é claro, mas tornou-se parte do passado, pois desde o final dos anos 2010 tornou-se obsoleto e incompleto e surge a necessidade de entender o mundo como B.A.N.I.. B.A.N.I. significa: frágil, ansioso, não linear e incompreensível. Cascio usa a afirmação de Clarke para falar sobre a incompreensão, já que no mundo atual, nem tudo é entendido. Às vezes a tecnologia parece magia, portanto.

Tentarei detalhar as leis e as relações com o mundo B.A.N.I. abaixo:

Três Leis de Clarke: quais são

1. A primeira Lei de Clarke é “Quando um cientista distinto e experiente diz que algo é possível, é quase certeza que tem razão. Quando ele diz que algo é impossível, ele está muito provavelmente errado”. Clarke destaca que quando um cientista experiente afirma que algo é possível, é provável que esteja correto, enquanto a declaração de que algo é impossível muitas vezes se mostra equivocada.

2. A segunda Lei de Clarke é: “O único caminho para desvendar os limites do possível é aventurar-se um pouco além dele, adentrando o impossível”. Incentiva a exploração para desvendar os limites do possível, adentrando o território do impossível.

3. A terceira Lei de Clarke (citada por Jamais Cascio para definir o mundo hoje), é: “Qualquer tecnologia suficientemente avançada é indistinguível da magia.” Talvez a mais conhecida, afirma que tecnologias avançadas podem parecer mágica para aqueles que não compreendem seu funcionamento, enfatizando a ideia de que o desconhecido pode parecer extraordinário.

As Três Leis de Clarke seguem atuais, especialmente no mundo B.A.N.I. de hoje

As três leis refletem a visão de Clarke sobre o potencial humano e a evolução da tecnologia.

Apesar de terem sido publicadas há decadas (e Clarke faleceu em 2008), as obras e frases de Arthur C. Clarke seguem contemporâneas e possuem releituras.

Clarke está ligado de forma especial hoje: o que é considerado o mundo BANI tem muito a ver com ele.

B.A.N.I. significa: frágil, ansioso, não linear e incompreensível, conforme já citado.

E, aqui, a Terceira Lei de Clarke ganha força:

Incompreensível: Não só, como disse Arthur C Clarke, qualquer tecnologia suficientemente avançada é indistinguível da magia, mas as coisas do dia a dia são agora incompreensíveis. Estar vivo no século XXI é depender de inúmeros sistemas complexos e incompreensíveis que afetam profundamente as nossas vidas. Como Quinn Norton apontou, mesmo “uma área de trabalho comum do Windows é tão complexa que ninguém na Terra sabe realmente o que tudo isso está fazendo, ou como” – muito menos uma vasta rede de tais computadores ou mais sistemas complicados. (Jamais Cascio, criador do termo mundo B.A.N.I.).

A frase sobre magia representa uma realidade caracterizada por sistemas frágeis e suscetíveis a falhas, uma constante ansiedade devido à incerteza, uma relação não-linear entre ações e consequências, e uma crescente incompreensibilidade de sistemas e tecnologia que afetam nossas vidas. É um novo paradigma que desafia a forma como entendemos e navegamos no mundo contemporâneo.

Mais sobre Arthur C. Clarke

Autor britânico de ficção científica Arthur C. Clarke em 1965. Imagem: Creative Commons. CC BY 2.0.
Autor britânico de ficção científica Arthur C. Clarke em 1965. Imagem: Creative Commons. CC BY 2.0.

Arthur C. Clarke, escritor britânico e inventor, é conhecido por obras de ficção e divulgação científica. Sua contribuição à tecnologia inclui missões espaciais e a ideia de redes de telecomunicações globais, usando satélites geoestacionários, demonstrando como a ficção pode moldar a realidade. Ele contribuiu para questões como o “bug do milênio”, o conceito de elevador espacial e tecnologias de detecção de asteroides.

Suas ideias influenciaram o desenvolvimento tecnológico, como o conceito de elevador espacial e a detecção de asteroides próximos à Terra. Clarke é um exemplo de como a ficção científica pode moldar nossa realidade.

Muitas das visões de Arthur C. Clarke, muitas vindas da ficção científica, influenciaram o desenvolvimento científico real. Sua obra mais icônica é “2001: Uma Odisseia no Espaço”, que foi inspirada no conto “The Sentinel”. Ela é amplamente reconhecida como uma das obras mais emblemáticas da ficção científica, e é frequentemente associada ao autor. Clarke faleceu em 2008 radicado no Sri Lanka.

Mais imagens com as obras de Arthur C. Clarke

Arthur C. Clarke: The Sentinel, conto que inspirou a criação de 2001: uma odisseia no espaço e seu filme de Stanley Kubrick.
Arthur C. Clarke: The Sentinel, conto que inspirou a criação de 2001: uma odisseia no espaço e seu filme de Stanley Kubrick. Imagem: capa/divulgação.
Ilustração feita no conto. Arthur C. Clarke: The Sentinel, conto que inspirou a criação de 2001: uma odisseia no espaço e seu filme de Stanley Kubrick. Imagem: divulgação.
Ilustração feita no conto. Arthur C. Clarke: The Sentinel, conto que inspirou a criação de 2001: uma odisseia no espaço e seu filme de Stanley Kubrick. Imagem: divulgação.

 

Pôster do filme "2001: space odissey" dirigido por Stanley Kubrick. Inspirado em "The Sentinel" por Arthur C. Clarke.
Pôster do filme “2001: space odissey” dirigido por Stanley Kubrick. Inspirado em “The Sentinel” por Arthur C. Clarke. Imagem: Divulgação.
Cena do filme "2001: Space Odissey" (diretor Stanley Kubrick). Imagem: Divulgação.
Cena do filme “2001: Space Odissey” (diretor Stanley Kubrick). Imagem: Divulgação.
Cena do filme "2001: Space Odissey". Hal e astronauta (diretor Stanley Kubrick). Imagem: Divulgação.
Cena do filme “2001: Space Odissey”. Hal e astronauta (diretor Stanley Kubrick). Imagem: Divulgação.
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