A Sociedade do Cansaço - Capa Europeia

A Sociedade do Cansaço, livro de Byung-Chul Han

A Sociedade do Cansaço - Capa Europeia
A Sociedade do Cansaço – Capa Europeia

Velocidade, esgotamento, hiperatividade e inquietude. Essas são algumas questões atuais, que o filósofo Byung-Chul Han chama de Sociedade do Cansaço.

Para Han, vivemos em um momento de excessos que nos bombardeia o tempo todo. 

Se antes, vivíamos sendo vigiados uns pelos outros, hoje em dia as pessoas vigiam a si mesmas por meio do excesso de positividade. Conquistar cada vez mais. Cada um busca se aprimorar, colecionar informações, títulos, conquistas, atenções múltiplas.

É a sociedade pautada no indivíduo “hiperativo e hiperneurótico”, que não descansa. Ele não precisa mais que as empresas, escolas, faculdades, gerentes, diretores, pais ou colegas os vigiem, pois o próprio já preza a conquista o tempo todo, sem descanso, para si. “Na violência da positividade, não existe um inimigo externo, pois “a falta de negatividade da inimizade faz com que a guerra se dirija contra si mesmo”, ou seja, “quem destrói, será destruído”; “quem golpeia, será golpeado”; “quem vence, perde por sua vez.”

O autor utiliza análises sociais de Foucault e Deleuze, individualizando cada um, sem misturá-los, e mostrando o que mudou desde então. As prisões pan-ópticas, que permite a um único vigilante observar todos os prisioneiros, sem que estes possam saber se estão ou não sendo observados, não fariam mais sentido, afinal, a prisão encontra-se dentro de cada pessoa. 

Parte do pensamento da hiperprodutividade e conquistas a todo o momento está no discurso motivacional.O discurso de “eu posso tudo”, “yes i can”, let’s do it” reforçados por coaches e líderes políticos teriam aumentado depressão, ansiedade e especialmente o burnout.

Os mercados que também consigo destrinchar da leitura são: sociedade do wellness, produtos para bem-estar e consumo de livros de como conquistar a felicidade e sentir-se bem.

Excesso de lives com ações para serem executadas, produtos para o corpo e dietas que devem ser seguidas. Novos passos de skincare. Entre outros.

O autor não tem o objetivo dizer o que cada um deve fazer, oferecendo novas tarefas para o possível leitor esgotado (ainda bem), e nem é um manual para melhorar a sensação de esgotamento que gera o Burnout, diminuir a velocidade, tratar da hiperatividade ou da inquietude, mas mostra como a atual sociedade tem se organizado para produzir mais e descansar menos.

Vale como reflexão sobre o quanto paramos, observamos e lidamos como a vida de um modo de conquistas de títulos, empregos, status, e abre espaço para pensar em como aproveitar os momentos que podem não ter troféus, mas que são precisos para descansar, parar, rever, e não se fixar no modo automático de hiper-realização.

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Kanye West se apresenta no Mercedez-Benz Stadium (EUA) com máscara no rosto inteiro e colete à prova de balas escrito o nome do álbum "Donda". Foto de Philey Sanneh/DONDA/divulgação.

Donda: a criação real-time do álbum de Kanye West

? Kanye West fez a segunda listening party do seu décimo álbum, Donda. A transmissão online e ao vivo quebrou o recorde da Apple Music Global com 3.3 milhões de espectadores no total, ultrapassando os 1.8 milhões que assistiram à batalha de Verzuz entre Jeezy e Gucci Mane na Apple Music no ano passado. Kanye faz da arte um produto em construção, em tempo real e junto da plateia. Ao contrário de lives de outros artistas, não foi um lançamento, pois a obra ainda não estava pronta. É no “mínimo produto viável”, que ganha camadas a cada apresentação, sendo construído ao vivo. E que gera buzz marketing: ativa a comunidade em tempo real, feedbacks expressos, além da expectativa para ver, para ouvir e para comprar.

? Criação em tempo real

Com o álbum em construção ou o “mínimo produto viável” (MVP), a cada live o artista acrescenta arranjos, roupas, objetivos, locais. Simultaneamente, recebe o feedback do que está produzindo por meio de reações de fãs, da mídia, em comentários de críticas, elogios e memes. O processo criativo é revelado, pouco a pouco, enquanto a audiência consegue participar do surgimento das ideias do artista. Na concepção criativa, o buzz sobre a criação ocorre antes, durante, e depois: nos anúncios, no processo criativo da transmissão, no anúncio das próximas lives, na venda dos ingressos de apresentações, na data final de lançamento, na compra do álbum finalizado, e ainda na disponibilização do álbum nos streamings, venda de coleções de roupas e objetivos do cenário.

A estética do álbum é um exemplo. Durante a última apresentação, West usou peças da Balenciaga. Artista é conhecido por criar e desenvolver a estética de uma “era” para cada produção, como é o caso dos produtos do “Yeezy”, de peças de coloração neutra da coleção própria e que teve os tênis da Adidas com as vendas esgotadas. Em Donda, sob a direção criativa de Demna Gvasali, as peças da coleção de cores escuras da Balenciaga podem se tornar novo portfolio de merchandising.

? O lançamento não finaliza o buzz

A música também se transforma em tempo real, após o lançamento oficial. E não, necessariamente, o lançamento do álbum termina o que se acompanha sobre ele. No álbum “The Life of Pablo”, Kanye ainda estava atualizando as faixas enquanto os fãs ouviam nos serviços de streaming. Jack Dorsey (CEO do Twitter) sugeriu que Kanye repetisse o processo para Donda: “E … isso é improvável e talvez contra o processo criativo … mas seria incrível se @kanyewest colocasse #DONDA como está agora e continuasse a atualizá-lo até sentir que está‘ acabado ’”, escreveu ele. “… para que todos possamos testemunhar a evolução do trabalho em tempo real.”. ]

O lançamento ainda não aconteceu e já foi adiado duas vezes só esse ano, fazendo com que a conversa continue. Enquanto o álbum não é lançado, o público aproveita para ver o produto não finalizado e entrar na conversa para entender, discutir e, caso repita o sucesso de Yeezy, consumir a roupa enquanto ouve o som.

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Self-data: de olho em nosso perfil musical com o Top Fans do Spotify

Self-data: o perfil musical no Top Fans do Spotify

Hoje, o Spotify é o serviço de assinatura de streaming de áudio mais popular do mundo, 365 milhões de usuários ativos por mês presente em 178 mercados – de acordo com a própria plataforma em junho de 2021. Tantos resultados oferecem uma gama de dados sobre o mercado de música e podcasts, mas também sobre os próprios usuários. E é aí que entra a self-data ou os dados pessoais, para fornecer estatísticas sobre músicas que você ouve, curte e os artistas que mais acompanham.

Self-data: compartilhando o seu perfil sobre música

Self-data ou data self é o uso de dados disponíveis nas plataformas para gerar informações aos usuários. Se você utiliza um streaming, seja de áudio, vídeo, ou até equipamentos inteligentes, você gera dados de uso. Nem todos os dados são cedidos ao usuário, e alguns deles são disponíveis apenas via API/programação. Por outro lado, a disponibilização e democratização desses dados como forma de lazer, auto-conhecimento e conhecimento dos amigos e colegas é o que popularmente chamamos de self-data.

O uso do self-data feito pelo Spotify une a proposta de popularizar a própria plataforma e também mostrar quais os hábitos dos ouvintes. A publicação pode ser o compartilhamento de um story do Instagram com o seu top artistas e também a música mais tocada. A plataforma irá utilizar os dados que você já gerou para o seu uso de conhecimento e compartilhamento.

Como funciona o Top Fans e self-data

Spotify: are you a today's top fan? Fonte da imagem: Divulgação/Spotify
Spotify: are you a today’s top fan? Fonte da imagem: Divulgação/Spotify

O Spotify Today’s Top Fans é um site que mostra a participação do ouvinte com o artista. Mostra cartões com todas as interações, músicas dos artistas em destaque e para acessar, é só realizar login usando os dados do Spotify. O site oferece a opção de engajamento para apoiar os artistas. O Spotify também permite aos usuários informar quantas horas eles passaram ouvindo aquele artista e em qual porcentagem dos principais fãs desse artista você está (o melhor ranking é o fã 1%).

A prática não foi a primeira do Spotify, que já utiliza o self-data para engajar e divulgar o serviço. Anualmente, existe o Spotify Wrapped: campanha anual de marketing com a apresentação sobre seus artistas e músicas mais tocadas.

Dentre outros dados calculados pelo Spotify, temos:

  • O artista mais ouvido;
  • Quando eles os ouviram pela primeira vez;
  • As três músicas mais ouvidas do artista;
  • Quantas vezes eles tocaram sua música favorita.

Dentre os precursores, encontramos o Last.fm

Last.fm: imagem mostra serviço de música que mostra telas do scrooble. Fonte. Divulgação/Last.fm
Last.fm: imagem mostra serviço de música com telas do scrooble e dados. Fonte: Divulgação/Last.fm

A tendência de self-data – oferecer dados pessoais para mostrar quais são seus “tops” do momento – ocorre na música já há alguns anos e um dos pioneiros foi o aplicativo Last.fm, criado em 2002. No Last.fm o usuário possui uma conta, realiza a conexão com os seus aplicativos de música ou streamings, e a partir daí realiza o “scrobble” ou a gravação do se ouve. O aplicativo fornece dados pessoais sobre:

  • Artistas mais tocados (divididos por dias, semanas meses, ou total);
  • Músicas mais tocadas (divididos por dias, semanas meses, ou total);
  • Músicas mais amadas (que receberam mais “curtir”);
  • Música que virou obsessão no momento.

Last.fm foi fundado em 2002 e ainda conta um sistema de recomendação de músicas e artistas, seja baseado no que você já ouviu (suas recomendações pessoais) ou baseado nas categorias (por tipo de música, por exemplo, rock, ou por bandas semelhantes à que você acessou). A Last.fm também oferece um serviço de assinaturas, em que não há propagandas, possibilidade de ver visitantes recentes e rádios exclusivas.

Mais sobre o Spotify

O Spotify com 365 milhões de usuários ativos por mês, incluindo 165 milhões de assinantes, possui mais de 4 bilhões de usuários totais, mais de 70 milhões de faixas, + de 2.9 MM de títulos de podcasts e + 4 bilhões de playlists. De acordo com a plataforma, finalizou o ano de 2020 em novos 93 países e territórios, incluindo o lançamento em julho de 2020 na Rússia, Comunidade de Estados Independentes e nos Bálcãs, e o lançamento em fevereiro de 2021 na Coreia do Sul. Em termos geográficos, todas as quatro principais regiões estão crescendo.

Os assinantes Premium cresceram 20% anualmente, especialmente na Europa e na América do Norte. No Brasil, realizou uma renovação e expansão da promoção Vivo (teste de 3 meses no Brasil). Adotaram ofertas de retenção como Planos Duo e Família.

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Crescimento do Twitter e Snapchat em 2021: ambas as redes batem recordes

Crescimento do Twitter e Snapchat: redes batem recordes

Crescimento do Twitter

Twitter bate recorde de 2014 e fatura US$ 1,19 bilhão em receita, aumento de 74% em comparação com 2020, cujo faturamento foi de 686 milhões de dólares. Parte da receita veio da publicidade.

Também houve crescimento Twitter Inc: ações subiram rapidamente depois que a empresa informou que adicionou 7 milhões de usuários em três meses, ajudando a receita a saltar 74%.

Crescimento do Snapchat

Snapchat aproveita o maior crescimento de usuários em anos, de acordo com o seu último relatório.

Usuários ativos diariamente aumentam 23% para 293 milhões em relação ao ano passado e + 116% em ganhos para 982 milhões de dólares este ano.  Esse é o melhor resultado em relação aos últimos quatro anos, cujo recorde era de 206 milhões de pessoas.

Parte do crescimento veio da melhor versão do Android, uso do Lens e fim do lockdown em algumas regiões. Em novembro de 2020, Snapchat também teve alta.

*Com informações do Snap Inc. Q2 2021 Earnings e Twitter Earnings 2021.

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