Resenhas

Resenhas de livros, filmes, álbuns de música ou séries (sob o ponto de vista do universo digital, marketing ou consumo).

Griots e Tecnologias Digitais. Lançamento do livro. Imagem: Instituto Sumaúma/Divulgação.

Lançamento do livro Griots e Tecnologias Digitais

Lançamento do livro Griots e Tecnologias Digitais acontece em 25/08/2023 (online) e presencialmente dia 30/08 em São Paulo.

Essa obra chamou minha atenção por mostrar tecnologias do ponto de vista de pesquisadores negros e ser do Instituto Sumaúma (centro de formação e pesquisa especialmente para pessoas negras). Isso foge das pesquisas dentro da caixa focadas apenas em pessoas brancas e que nem sempre representam a população, especialmente no Brasil, que tem maioria negra.

[Dados e pesquisas “fora da caixa”] É muito comum que livros de pesquisa ou dados utilizem fontes “weird” (brancas, europeias e liberais). Esse livro é uma produção relevante nesse processo de sair da caixinha das pesquisas. E acredito que seja importante especialmente para o Brasil, onde mais de 56,1% dos brasileiros são negros, conforme o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O projeto é organizado por Thiane Neves Barros (UFPA) e Tarcízio Silva (UFABC / Mozilla). De acordo com divulgação do Instituto Sumaúma, “a obra tem como objetivo contribuir com o resgate de ensinamentos ancestrais nos debates contemporâneos emergentes”.

A produção tem critérios científicos e é protagonizada por pessoas negras, utilizando como base e diálogo intelectuais igualmente negros como Milton Santos, Cida Bento, Lélia Gonzales e Sueli Carneiro.

Mas o que são griots?

“Griots em algumas culturas africanas se refere às pessoas mais velhas que contam histórias e consequentemente propagam ensinamentos e é a partir desta perspectiva que o livro Griots e Tecnologias Digitais foi concebido.” (Fonte: Instituto Sumaúma).

Expandindo o conhecimento, começando pela capa

Griots e Tecnologias Digitais. Lançamento do livro. Imagem: Instituto Sumaúma/Divulgação.

A capa e a diagramação são assinadas pela designer Juliana Vieira (@ajulianamvieira), que explica no perfil do X/Twitter do Instituto Sumaúma:

“Quando penso nesse livro, penso em espaços seguros de criação, pesquisa, desenvolvimento e aprendizado, assim, penso num quarto de santo.

Fiz uma mistura de elementos de um quarto de santo, como esteiras, os chinelos na porta, uma vela com quartinha para Esú, mas também elementos de aprendizado e pesquisa, como computador, livros, cadernos. Com a porta aberta, pois é um espaço acessível a quem tiver interesse.

Além disso, quis aplicar a pixação de sankofa para mostrar que símbolos adinkra são, sim, usados em seus significados e são ajustados aos diferentes contextos de aplicação, por isso o pixo, pois é uma linguagem visual artística considerada agressão, muitos não o consideram arte, ele é a linguagem contra o padrão do que se espera da tradição social.” (Juliana Vieira).

+ Informações sobre o lançamento

Fonte: Divulgação/Instituto Sumaúma

O livro Griots e Tecnologias Digitais pode ser adquirido no link de pré-venda no site LiteraRUA. Também ocorrerão dois eventos de lançamento:

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Resenha: Barbie em Brinquedos que Marcam Época

A série “Brinquedos que marcam época” na Netflix nos leva a uma jornada pelos brinquedos icônicos que moldaram décadas. No episódio 2 da primeira temporada, mergulhamos na história da Barbie. Abaixo, listo alguns pontos desse documentário.

Cada episódio da série tem de 40 a 50 minutos, repletos de reconstituições e trechos de desenhos que dão vida aos brinquedos. A narração, conduzida por Donald Ian Black, adiciona um toque de humor ao enredo.

Brinquedos que marcam época. Episódio da Barbie. Imagem: Netflix, reprodução.

O episódio da Barbie revela uma jornada cheia de curiosidades. Descobrimos que a inspiração para a criação da Barbie veio da boneca Bild Lilli, originária da Alemanha em 1952. A Mattel adaptou o conceito original e lançou a Barbie em 1959, trazendo uma história de vida completa e uma variedade infinita de acessórios e roupas para estimular a imaginação.

De olho no mercado de meninas

Na época, os brinquedos para meninos estimulavam a criatividade, por meio de jogos ou artigos como bolas, por exemplo. Mas os brinquedos para meninas em sua maioria ainda eram bonecas feitas de papel e peças de papelão para vesti-las. Trazer um modelo real para as meninas foi uma ideia lançada pela criadora. Inicialmente, a boneca foi encarada pelo marketing e executivos como uma forma de fazer as meninas terem boa postura, e assim ela foi divulgada. Mas, com o tempo, adaptação e várias negociações, aos poucos a Barbie foi tomando outras formas, sendo mais uma modelo e menos uma dona de casa.

Carol Spencer, designer da Barbie por 35 anos. Imagem: Netflix Reprodução.

Sob a liderança da designer Carol Spencer, a Barbie tornou-se um ícone fashion, e seus acessórios também passaram a fazer parte das vendas, complementando os looks das bonecas. Ao longo do tempo, foram lançados jogos, revistas, roupas reais e diversas outras formas de licenciar sua imagem, seja na mídia ou por meio de produtos. Mas apesar de ter um dos brinquedos mais vendidos do mundo, a Barbie já passou por momentos em que teve de se reinventar, para acompanhar as mudanças do mundo, abraçando diferentes profissões e diversificando os corpos e roupas para inspirar mais meninas.

Altos e baixos, seguidos de recuperação

Ao longo dos anos, a Barbie enfrentou altos e baixos. Quedas nas vendas ocorreram devido aos desafios de representatividade e a perda de apelo entre as gerações mais jovens.

Bonecas Bratz: um fenômeno dos anos 2000 que mexeu com a liderança da Barbie. Imagem: Instagram.

Uma crise marcante no enredo do episódio da Barbie em Brinquedos que Marcam Época é a chegada das Bratz, uma concorrente inovadora que abalou o mercado.

As bonecas Bratz surgiram em 2001, como uma ideia criada por Carter Bryant, que anteriormente trabalhava como designer de roupas na Mattel, responsável pela Barbie. Após conceber e desenvolver a ideia, Bryant vendeu-a para a concorrente MGA Entertainment. O negócio resultou no lançamento das bonecas Bratz e se tornou um empreendimento extremamente bem-sucedido para a fabricante. As Bratz estavam atuais, jovens e traziam um novo universo, para a qual a Barbie teria de se adaptar novamente. Mas a Mattel encontrou de continuar sendo uma das líderes globais do setor de brinquedos.

Visão e dados da Mattel

O relatório financeiro de 2022 da Mattel revela que a Barbie continua ocupando a mente dos consumidores, mantendo-se como a marca líder em várias partes do mundo.

Segundo o relatório da empresa, 2022 teve um bom desempenho competitivo, sendo classificada como a empresa líder de brinquedos nos Estados Unidos pela 29ª vez. Ela também conquistou a mente dos consumidores, ficando em segundo lugar na Europa, em primeiro lugar na América Latina e em segundo lugar na Austrália.

O relatório de ganhos da empresa revela que a Mattel é líder global nas categorias de bonecas, veículos, brinquedos infantis e pré-escolares. Além disso, suas marcas de destaque (Barbie, Hot Wheels e Fisher-Price), também chamadas de “power brands” pelo presidente, foram consideradas as principais em suas respectivas categorias em todo o mundo.

Com um dos maiores portfólios de franquias infantis e familiares do mundo, a Mattel destaca a importância de aproveitar todo o valor de sua propriedade intelectual. Seu plano de desenvolvimento de marcas inclui entretenimento, como o lançamento do filme da Barbie.

Em resumo, o episódio da Barbie é uma viagem pelos bastidores da sua história. Também é um lembrete de como os brinquedos podem moldar a infância e refletir as mudanças para continuarem na mente do consumidor e conquistar novos públicos.

Recomendo essa série para aqueles que desejam reviver a nostalgia ou explorar os segredos de uma indústria bilionária que continua se reinventando.

Tem outros episódios interessantes de brinquedos nessa mesma série, como GI Joe, He-Man e o licenciamento bilionário de Star Wars (sendo esse último marcante para infâncias até hoje).

 

Ficha Técnica

The Toys That Made Us (Brinquedos que Marcam Época)

“As mentes por trás dos mais icônicos brinquedos discutem a ascensão — e por vezes a queda — de suas criações bilionárias.” Série documental, EUA. Criação: Brian Volk-Weiss. Narração: Donald Ian Black. Disponível na Netflix. 

Fonte dos dados sobre a Mattel:

Dados de ganhos e visão de negócio: Relatório de Ganhos Anuais da Mattel (site da Mattel).

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O Golpista do Tinder: resenha

O documentário da Netflix, “O Golpista do Tinder” mostra o caso de Simon Leviev, que  pedia dinheiro de mulheres e utilizava os seus cartões de crédito com muita manipulação emocional. Apesar de ter feito diversas vítimas pelo mundo e ter usado nomes falsos para extorquir as pessoas, ele cumpriu apenas 5 meses de prisão.

O Golpista do Tinder. Documentário da Netflix. Imagem: Divulgação/Netflix

A produção mostra relatos de vítimas em detalhes, desde o começo, quando ele começava o seu roteiro com uma volta no avião particular, até o desenvolvimento dos golpes, quando elas começavam a adquirir empréstimos para enviar dinheiro a Simon ou emprestavam os seus cartões de crédito. 

Apesar de Simon ter sido excluído do aplicativo Tinder, fica uma questão. A necessidade de proteção e segurança digital para um enorme número de pessoas. O aplicativo Tinder existe em 40 idiomas diferentes, em mais de 190 países, com uma média de 57 milhões de pessoas em 2021. 

Relevar que sofrer um golpe ainda é tabu para muitas pessoas, mas de acordo com o portal R7, acontecem com frequência. Os cinco golpes mais comuns são sextorsão (ameaçar divulgar fotos sensuais enviadas), catfish (fingir ser outra pessoa), manipulação emocional, uso de robôs (para dar match em muitas pessoas)  e mosting (quando a pessoa finge estar apaixonada e some).

O Brasil e o Tinder

No Brasil, os “Golpistas do Pix” não foram pessoas isoladas, mas uma quadrilha. Os criminosos usavam perfis falsos para atrair e roubar as vítimas. Ao invés da mulher atraente que falava pelas redes, homens armados anunciavam assaltos e roubavam dinheiro pelo Pix. 

Com o retorno presencial, é possível ver as pessoas ao vivo, mas as questões de segurança, especialmente quando envolve tanta emoção quanto um aplicativo, é um ponto que não pode ficar fora do relacionamento.

Devem vir mais histórias sobre o Golpista

Netflix disse que pretende criar um filme da história. Projeto ainda está sendo negociado com produtores.

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Não Olhe para Cima, sucesso da audiência na Netflix

Não Olhe para Cima (Don’t Look Up), dirigido por Adam McKaym, bate recorde na Netflix. Foram 152,29 milhões de horas assistidas globalmente na semana de 27 de dezembro a 2 de janeiro, de acordo com o Deadline. Números divulgados pela Netflix mostram “Não olhe para cima” já é o terceiro filme mais assistido (nos primeiros 28 dias) de todos os tempos, atrás apenas de Bird Box e Red Notice. Aproveito a tendência sobre o filme para falar alguns pontos sobre informação, redes sociais, memes e divulgação científica.

Dont Look Up, Não Olhe para Cima, filme é sucesso na Netflix. Imagem: Divulgação/Netflix

Mas sobre o que é esse filme? A sinopse é: dois astrônomos que descobrem um meteoro que destruirá o Planeta Terra. Os cientistas tentam avisar à humanidade por meio da mídia o risco que a Terra corre, mas nem tudo sai como o esperado. Como diz a sinopse, “A resposta do mundo distraído é: Meh.” O elenco conta com Leonardo DiCaprio, Jennifer Lawrence e Meryl Streep. Apesar de dividir a crítica e o público, o filme claramente tocou no zeitgeist (movimento desse tempo, em alta) e colocou um foco novamente, de forma renovada, no assunto das mudanças climáticas.

Dont Look Up, Não Olhe para Cima, filme é sucesso na Netflix. Imagem: Divulgação/Netflix

Internet mostrando que… Ninguém liga? No filme, fofocas geraram mais buzz que a ciência, e, redes sociais ou sites. Em geral, as pessoas optaram por fazer piadas ao invés de discutir soluções. Seria absurdo se não fosse verossímil. Negar a verdade científica, mesmo que provada, é presente em toda a trama. Alguns comparam o asteroide às mudanças climáticas, que tem sido deixadas fora das pautas durante os últimos anos.

Dont Look Up, Não Olhe para Cima, filme é sucesso na Netflix. Imagem: Divulgação/Netflix

Ciência, difícil de ouvir: Não é preciso apenas alertar o “fim do mundo”. É preciso criar consciência. Mas, apesar de ter cálculos e comprovações científicas sobre o meteoro, é dificil falar de ciência. 

Dont Look Up, Não Olhe para Cima, filme é sucesso na Netflix. Imagem: Divulgação/Netflix

Tudo vira meme? Do dia para a noite, a imagem de uma emoção ao vivo pode estar em todo o lugar. Um personagem questiona: será que podem fazer isso com essa pessoa?

Dont Look Up, Não Olhe para Cima, filme é sucesso na Netflix. Imagem: Divulgação/Netflix

Negacionismo x Conspirações: Isso não está acontecendo. Foram essas pessoas que inventaram. Foi um grupo econômico. Foram os ricos de tal país. Entre outras… Sendo, todas, divulgadas na internet. Difícil olhar para cima…

Dont Look Up, Não Olhe para Cima, filme é sucesso na Netflix. Imagem: Divulgação/Netflix

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